Família Solidária
Família Solidária 566
Arquidiocese

ANO PASTORAL
"Juntos no caminho de Páscoa"

[+info e Calendário]

 

Desejo subscrever a newsletter do Arciprestado de Braga
Carlos Nuno Salgado Vaz | 21 Mai 2016
Santíssima Trindade (Ano C)
A Trindade é dinamismo, atividade e entrega.
PARTILHAR IMPRIMIR
  © Masson

Já na primeira leitura, do Livro dos Provérbios, capítulo 8, a Sabedoria aparece como a ponte que nos une a Deus. E o texto da Carta aos Romanos leva-nos a pensar que essa ponte que nos une a Deus é Jesus Cristo. Por Ele, estamos unidos a Deus. E por meio dele recebemos a fé e a esperança.

Mas há mais: «o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Romanos 5, 5). E assim, é colocado diante de nós o mistério da Trindade de Deus. O Pai é Deus. O Filho é Deus. O Espírito Santo é Deus. Não são três deuses. É sim, a maravilha da comunidade de Deus. O Deus da paz faz-nos justos por meio de Jesus Cristo e derrama sobre nós o amor por meio do Espírito. A Trindade é dinamismo, atividade e entrega.

Trindade é doação e ensino

O evangelho leva-nos ao contexto da Ceia primeira, como gosta de dizer Dom António Couto. E a mensagem de Jesus remete-nos para a origem: «Tudo o que o Pai tem é meu». O Espírito tomará do que pertence a ambos e comunicá-lo-á aos discípulos. Assim, a Trindade apresenta-se e faz-se doação e ensino, verdade e vida.

Como bom Mestre, Jesus sabe muito bem que os discípulos não estão capacitados, por si só, para captarem toda a riqueza e profundidade da sua mensagem: «Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender por agora. Quando ele vier, o Espírito da Verdade, há de guiar-vos para a verdade completa». E assim se nos diz que as nossas verdades de fé não são sempre fáceis de acreditar, proclamar e viver.

A fé é um dom, mas esse dom supõe uma preparação e exige uma resposta. Além disso, é-nos ainda anunciada a possibilidade e a alegria de chegar à verdade plena, pelo que a nossa vida deve estar marcada pela esperança. Vamos percorrendo caminho, guiados pela luz do Espírito que nos descobre a Sabedoria (Jesus Cristo) e a Misericórdia de Deus (Pai).

Trindade é amor

A Trindade é a nossa origem e o nosso fim. Estamos impregnados de uma relação de amor, porque vimos, não de um Deus solitário, mas de um Deus de amor. Estamos chamados a uma comunhão de amor, construída através de toda a vida – e por isso a solidão é um limite, e toda falência de amor é uma derrota.

O amor pelo qual fomos feitos é o próprio Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Não é um Deus solitário, mas um Deus de amor, um Deus relação, um Deus misericordioso e piedoso.

Segue-se então que, viver a nossa vida orientada aos três – Pai, Filho e Espírito Santo – viver a nossa vida em companhia da Trindade significa alimentar a esperança de atingir a meta. A meta existe. Não é um árido sonho. A meta é o todo, não o escuro do nada ou a insatisfação do parcial. A meta está ao nosso alcance, não por mérito nosso, mas por dom de Cristo Salvador.

Sinal da Cruz

Radicados num presente que contém fragmentos de Deus, mas ainda provisório, nós orientamo-nos para um futuro que pertence a Deus e, portanto, também a nós com Deus. Por isso os crentes traçam todos os dias sobre si o sinal da cruz, o sinal do Pai, do Filho e do Espírito Santo, para se recordarem que, se podem esperar, o devem a Ele: «Tudo aquilo que o Pai possui é meu, por isso disse que o Espírito Santo tomará do que é meu e vo-lo anunciará» (Evangelho). Os verbos no futuro indicam a meta colocada no futuro. Receberemos de Deus aquilo que é seu: a perfeição da liberdade, do amor, da vida. Já não é um sonho vão, nem uma esperança vazia.

Traçamos o sinal trinitário sobre nós, para vivermos já agora em comunhão com Ele e para não perder a esperança que ilumina os nossos olhos. Já não haverá mais tormentos, mas puro êxtase. Não mais meias verdades, mas a verdade plena, porque a Verdade sobre a vida, sobre o homem e sobre o mundo é a Trindade na sua Sabedoria, no seu Espírito e na Comunhão do amor, finalmente libertos da corrupção e da morte; finalmente, amantes continuamente amados, felizes para a eternidade, e não para um momento apenas. A casa Trinitária será a nossa vida.

Acreditar na Trindade

Acreditar no amor trinitário é viver crescendo como homens e mulheres imersos no amor gratuito do Pai; seguir Jesus na sua obediência ao Pai e no amor incondicional aos irmãos, e deixar-nos guiar sempre pelo seu Espírito, dando frutos de amor, alegria e paz.

Acreditar na Trindade é reproduzir os gestos criadores do Pai, levando aos outros a vida e a felicidade, partilhando o que somos e o que temos, e dando o maior fruto possível. Para isso, é imprescindível viver combatendo o egoísmo e crescendo cada vez mais em generosidade.

PARTILHAR IMPRIMIR
Palavras-Chave:
Trindade  •  Santíssima Trindade  •  Deus  •  Sinal da Cruz  •  Amor
Arciprestado de Braga
Contactos