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D. Jorge Ortiga | 4 Jun 2007
O presente da U. C. em Braga
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O ser humano crê, espera e ama a partir da compreensão que tem de si, daquilo que ele é, do entendimento que formula da vida, da sociedade e da história. Mas, acontece que esta compreensão, e atitudes que dela derivam, depende, em grande medida, do contexto sócio-cultural, ou seja, da cultura envolvente.
Por outro lado, fixando-nos no dinamismo interno desta cultura, verificamos que ela apresenta luzes e sombras, valores e anti-valores, elementos de vida e de morte. Com efeito, presenciamos uma cultura centralizada no indivíduo que se nos oferece valores como a liberdade, a luta pela justiça, fraternidade e paz, conduz-nos a um humanismo não integral, atrofiado nos seus horizontes que vai submetendo a pessoa às exigências da produtividade e do lucro assim como à corrida desenfreada dos bens materiais e do prazer. Tudo faz com que o ser humano se feche em si mesmo e não se coloque em relação com os outros e, muito menos, com Deus. Tudo isto torna-se, para muitos dum modo inconsciente, a causa de muitos males que afligem a sociedade moderna: as desigualdades, a fome, a corrupção, a fragilidade das relações humanas, etc.
É neste contexto cultural que se impõe um confronto da mesma cultura com as razões e a luz do Evangelho. Se olharmos para o pensamento do Papa Bento XVI, verificamos que as coordenadas que estruturam o seu magistério são um trabalho sério de aproximação da fé à razão fazendo com que aquela se solidifique nos enquadramentos dum pensamento sério e que a razão se abra aos horizontes de algo que parece ultrapassá-la mas nunca a contradiz. Dá-lhe outra dimensão e plenitude.
Neste trabalho, é necessário que a nossa fé provoque uma nova criatividade cultural de maneira que nunca nos refugiemos numa atitude meramente reactiva e, quase sempre, característica de quem se limite a apontar as deficiências. Para isto importa que os cristãos se capacitem dos talentos que receberam, colocando-os novamente, na vanguarda da arte, da economia, do pensamento social e político, da ciência e tecnologia.
Como cristãos temos uma identidade cultural que, marcada pela fé como luz de Cristo a incidir os vários domínios da sociedade hodierna, será não só uma referência histórica, armazenada nos arquivos, mas uma capacidade actuante no presente e renovadora do nosso país no futuro.
Para atingir este objectivo existe uma Universidade Católica. Ela manifesta a sua validade se for capaz de se colocar no mundo cultural, dum modo empático e simultaneamente crítico, para lhe oferecer uma visão cristã da realidade nas suas variadas dimensões – sociais, políticas, económicas, artísticas, etc. A Igreja não se pode limitar ao prazer de ter uma Universidade. Tudo quanto aceite o nome de católico tem de ser colocado na linha duma missão confiada pela hierarquia e exercida responsavelmente. Nada foi alheio a Cristo na sua vida histórica. O cristão tem o dever de inculturar a fé em tudo quanto é humano.
Aqui situo o meu interesse, que quer dizer da Arquidiocese de Braga, num Centro Regional da Universidade Católica. Somos um país pequeno mas com uma caracterização diversificada à qual a Igreja deverá responder. Daí que tudo tenha feito por esta causa e continuarei a fazer. O passado tem mostrado muitas dificuldades. Não nos detiveram. Prosseguiremos com o mesmo interesse desafiando a Universidade Católica para este trabalho, nos professores e alunos, de ver todas as realidades à luz de Cristo de modo que as atitudes e opções quotidianas sejam consentâneas com esta visão da vida. A excelência deve ser integral e, por isso, esta referência a Cristo e à sua doutrina deve tornar-se um permanente exame de consciência para que não se perca a identidade.
As instituições valem pelos seus ideais mas, dum modo muito concreto, pelas pessoas que investem as suas vidas na realização das mesmas. Por isso, esta circunstância é, para mim, um momento de gratidão. Com muita simplicidade e amizade eclesial, digo: obrigado Doutor José da Silva Lima pela obra realizada que Deus já registou no livro dos Servos bons e fiéis; obrigado Doutor Pio Gonçalo Alves de Sousa por se esquecer de si assumindo este novo desafio que virá dar aos encargos que desempenha o fascínio duma dedicação incondicional.
Acredito, ainda, que a estabilidade deste Centro, nas pessoas da Doutora Maria da Graça Dias Ferreira Alves e Doutor João Manuel Correia Rodrigues Duque permitirá a concretização dum projecto que nunca desmerecerá dos pergaminhos da Universidade Católica.
Mesmo num ambiente académico, asseguro as minhas orações à Mãe da Sabedoria para que nos conduza, na fidelidade audaz, aos projectos e realizações que Deus e a Igreja confiam, nesta hora, ao Centro Regional da Universidade Católica de Braga.
4/6/2007
+ D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz.
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