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BIGGERmagazine | Ocua, Pemba, Moçambique| 1 Out 2021
Manuel Faria - Padre em missão por Moçambique
O Dia Mundial das Missões comemora-se no terceiro domingo de Outubro, o que significa que este ano celebrar-se-á no dia 17. Com este deseja-se incentivar a cooperação missionária pelo mundo e agradecer o contributo dos missionários na construção de um mundo melhor. O Dia Mundial das Missões, data criada em 1926 pelo Papa Pio XI, é celebrado anualmente em todos os países onde há católicos comprometidos com a construção de um mundo mais justo, digno e gratificante, onde todos têm aquilo que precisam para viver. É o dia do ano em que se reflecte sobre a urgência e o dever de ajudar o próximo. A cooperação missionária pode ser realizada pela oração, sacrifício e testemunho de vida, por meio da ajuda material aos projectos missionários, ou colocando-se à disposição para servir em missões. Foi precisamente isso que fez o Padre Manuel Faria. Decidiu aceitar o desafio que lhe foi proposto de viajar até África e ajudar os mais desfavorecidos, dando o seu contributo de fé e esperança àquele povo. Moçambique já estava nos seus planos há algum tempo, e agora que teve oportunidade não desperdiçou. "Na minha caminhada para o sacerdócio pedi para fazer uma experiência missionária em África. Estive um ano na Guiné-Bissau e no ano seguinte em Angola. Mas achei que ficou algo por fazer e resolvi que este seria o momento certo para regressar", adianta.
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  © Manuel Faria | Ocua, Pemba, Moçambique

Durante pelo menos um ano o Padre Manuel Faria emprestará a sua ajuda em prol de uma causa nobre, que poderá ser renovada.

Manuel Faria tem 47 anos e foi ordenado padre há 22. É vimaranense e durante mais de duas décadas celebrou missas em Ponte, Santa Eufémia de Prazins, Santo. Tirso de Prazins, Corvite e S. Cláudio de Barco. Entretanto aceitou a missão de ser pároco em Moçambique, mais propriamente na província de Cabo Delgado na paróquia de Santa Cecília de Ocua. A paróquia nº. 552 da Arquidiocese de Braga que vai muito além de Portugal. Apadrinhou por isso esta paróquia no âmbito de um acordo de cooperação com a diocese de Pemba.

Chegou a Moçambique no dia 16 de Agosto. As primeiras impressões que retirou da sua ainda curta estadia foram o calor humano e a hospitalidade daquele povo. "São pessoas muito acolhedoras."

Garante que apesar de ser uma zona subdesenvolvida, têm todas as condições que necessitam para trabalhar e descansar. "Claro que não são as comodidades que estamos habituados aí em Portugal, mas temos o essencial e o básico para subsistir", explica.

O abastecimento de energia e água é de autonomia própria e o objectivo das missões é precisamente serem auto sustentáveis. "Um arquitecto que por acaso também é de Guimarães, voluntariou-se no início de carreira para vir cá e criou um projecto que tornasse viável a subsistência de forma sustentável. Criou algumas infraestruturas básicas, nomeadamente, um sistema de painéis solares."

Com estes recursos já conseguem ter as condições necessárias para viver de forma mais igualitária.

O Padre Manuel Faria confessou que se sente em casa. O olhar de esperança no rosto das pessoas dá-lhe o alento de que precisa para sentir que esta estadia vai para além de uma missão. É uma experiência de vida que lhe vai permitir ver o mundo com outros olhos. "Têm tão pouco e são tão felizes. É um ensinamento", sublinha.

Quanto a registos de criminalidade não existem. É uma vila pacata onde a entreajuda é um factor basilar.

O povo originário daquela zona a norte de Moçambique vive maioritariamente da agricultura e são totalmente dedicados à terra. Tem justiça própria e são uma comunidade extremamente organizada. "Uma curiosidade engraçada é que todos eles criam galinhas e cada casa tem duas ou três aves. Como as casas não têm vedação, os animais misturam-se, mas todos sabem quais são os seus."

No que à alimentação diz respeito, o pároco assegura que é uma região onde existe muita fruta típica, desde mamão, papaia, manga, tangerinas, tamarilho, entre outras, e ninguém sente falta desses alimentos. As refeições são muito à base de farinha, sendo um dos pratos típicos a famosa Chima, feita com base em farinha de milho e mandioca. "Gosto da comida daqui. O pão também é delicioso. Estou rendido à cultura gastronómica. Não vou passar fome (risos)."

Quanto à saúde existe um posto médico em Ocua a cerca de sete quilómetros da missão e o hospital distrital de Chiúre a cerca de 30 quilómetros. Porém, a Diocese de Braga recuperou um centro médico mais pequeno mesmo no local da missão que tem um enfermeiro e um auxiliar. "Embora com algumas limitações, o hospital funciona bem. Nem na Guiné ou Angola têm tanta qualidade como em Cabo Delgado", acrescenta.

O Padre Manuel Faria foi com a missão de um trabalho essencialmente pastoral e social. Acorda por volta das 6 horas, celebra a primeira missa às 7 na comunidade principal, mas existem mais 96 igrejas espalhadas por um território mais ou menos com a dimensão da Diocese de Braga. "Há igrejas localizadas em sítios em que a viagem demora três horas."

Revelou que a experiência está a ser apaixonante e que tem consciência que as dificuldades vão aparecer, sobretudo na nova estação que se aproxima. Contudo, está lá para o que der e vier!

Artigo publicado na BIGGERmagazine de Outubro 2021.

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