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Flávia Barbosa / DACS | 21 Jul 2022
Irmandade dos Congregados lança novo livro
“A devoção de Nossa Senhora das Dores na Basílica dos Congregados – de Braga para o mundo” é da autoria de Rui Ferreira.
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No dia 26 de Julho de 2022, pelas 18h00, na Basílica dos Congregados, a Irmandade de Nossa Senhora das Dores e de Santa Ana dos Congregados dará a conhecer o livro “A devoção de Nossa Senhora das Dores na Basílica dos Congregados – de Braga para o mundo“, da autoria de Rui Ferreira e com prefácio de D. Jorge Ortiga, Arcebispo Emérito. 

A apresentação estará a cargo de Luís da Silva Pereira, director da revista Bracara Augusta. 

A obra consiste numa “síntese histórica que vai desde a origem da Congregação do Oratório em Braga, à criação da Irmandade, até à devoção e propagação da devoção à Nossa Senhora das Dores sob o impulso do Pe. Martinho Pereira”.

Ao longo de mais de 200 páginas é possível “compreender o historial, a espiritualidade e evolução do culto às Dores de Maria na Igreja, perceber a fundação, restauração e evolução da Irmandade, bem como o seu impacto na comunidade”, como é possível ler no livro. 

Além destes objectivos, a Irmandade quis também “perceber a relevância do Padre Martinho Pereira na instituição da devoção de Nossa Senhora das Dores, expor o papel decisivo da Irmandade de Nossa Senhora das Dores na propagação da devoção na Arquidiocese de Braga, Portugal e territórios ultramarinos” e fazer o “levantamento da forma, preparação e peculiaridades da Festa de Nossa Senhora das Dores ao longo do tempo”. 

 

Congregados, espaço de excelência e devoção

Rui Ferreira admite que foi um trabalho extenso e que até poderia ficar “mais seis meses a realizá-lo”, diz em tom de brincadeira. O facto é que informação não faltava, pelo que “um trabalho destes poderia ainda demorar muito mais tempo”. 

O autor diz não ter encontrado grandes constrangimentos à realização da obra, até porque já conhecia o arquivo dos Congregados e sabia até onde poderia ir em termos de informação.

“O arquivo da Irmandade está limitado porque para falar da história dos Congregados, dos Oratorianos, e chegar até aos nossos dias, à Irmandade de Nossa Senhora das Dores, há um hiato enorme de documentação que não existe. Só existe documentação no arquivo a partir de 1862, aliás, o primeiro livro de actas da Irmandade restaurada, em 1842, não existe, presumivelmente devido a um incêndio que houve na Sacristia Grande algures na década de 1850, inícios de 1860. E da documentação dos Oratorianos não existe nada”, refere.

Assim, o trabalho assentou em monografias bracarenses e num documento manuscrito que se encontra no Arquivo Distrital. Este conta um pouco da história dos Oratorianos em Braga e, mais precisamente, da instituição da Irmandade de Nossa Senhora das Dores. Quanto a esta última, também se contra documentada pelo Pe. Martinho Pereira, fundador da Irmandade de Nossa Senhora das Dores, num livro que deixou escrito em 1795.

“Esse livro é quase a base desta obra. Essa Collecção Sacro-Dolorosa que ele deixou escrita, que é uma obra devocional, mas também histórica, porque ele quis deixar escrito o que fez para divulgar a Irmandade de Nossa Senhora das Dores por todo o país, pelos territórios de domínio português à época. O Pe. Martinho Pereira foi tão relevante que o nome dele ainda hoje aparece em muitos lugares. Curiosamente, em Braga, esquecemo-nos dele”, observa.

Apesar da falta de documentação anterior a 1862, Rui Ferreira elogia o arquivo da Irmandade que, nas suas palavras, “sempre esteve particularmente bem organizada, com grandes figuras da sociedade bracarense a fazerem questão de pertencer aos seus corpos sociais”. Foi desta forma que acabou por ter “um destaque muito peculiar na vida da cidade, que ainda hoje tem”.

“Os Congregados são uma igreja que ocupa uma situação privilegiada na principal Praça da cidade e tirou partido disso sobretudo a partir do grande ciclo de obras que se fez a partir de 58 até 66, cujo objectivo era mesmo potenciar o papel pastoral dos Congregados na cidade. Apesar de não ser uma paróquia, as pessoas que lá vão pertencem a diferentes comunidades paroquiais e acabam por fazer dos Congregados o seu espaço. E também é um centro de confissões notável!”, refere.

Sem querer desviar-se do assunto que nos trouxe a esta conversa, Rui Ferreira adianta que o livro se centra na Senhora das Dores porque “os Oratorianos e a Irmandade foram propulsores da sua devoção em Portugal”, sendo que foi a partir dos Congregados de Braga que se instituiu em muitos lugares essa devoção.

“Essa prova está claramente mencionada pelo Pe. Martinho Pereira. E aqui falamos até de localidades que têm a devoção à Senhora das Dores como a principal, como Monção, Póvoa de Varzim, ou Ponte de Lima. Por exemplo, as Feiras Novas são Festas de Nossa Senhora das Dores, só ganharam esse título a partir do século XIX”, explica.

Além de Braga, também a Diocese do Porto terá sido uma grande propulsora desta devoção que lá se encontravam na Igreja dos Congregados, no centro do Porto, e que a divulgaram por toda a diocese.

 

Uma história antiga, mas com novidades

Questionado sobre novidades descobertas durante a investigação, Rui Ferreira diz-nos que descobriu que o sonho do Comendador Nogueira da Silva, que foi o principal Juiz-Presidente da Irmandade entre 1958 e 1975 era duplicar o edifício, fazer do lado direito um outro exactamente igual. 

“O Comendador marca a história da igreja e da Irmandade de forma decisiva: acabou por conseguir concluir a fachada da igreja, por conseguir reformar todo o interior do templo e por conseguir que a igreja tivesse um Reitor, que na altura não tinha, só um Capelão… E depois havia esse sonho, mas não passou de um devaneio, não teve grandes desenvolvimentos. Ainda assim, o projecto existe e está no livro para poder ser visto”, explica.

Outra novidade está relacionada com Altar da Senhora das Dores. O Altar não era o actual, onde a imagem se encontra, que é “aquele belíssimo altar em talha dourada que é atribuído a André Soares”, explica o autor. 

“Aquele altar era o Retábulo da Sagrada Família ou de Santa Ana e a Senhora das Dores ficou instalada no Retábulo do Santo Cristo, aos pés do Crucifixo, como é habitual, e que era o Retábulo exactamente oposto. E assim foi até 1963: até à igreja fechar, a imagem estava daquele lado”, observa. 

Para validar esta informação, o autor falou com Joaquim, Secretário da Irmandade durante muitos anos e que até acompanhou o processo da obra. 

“Foi ele que confirmou a suspeita de que Nossa Senhora das Dores estava no Retábulo onde está hoje o Sagrado Coração de Jesus. E ainda encontrei uma fotografia que o atesta! Fizemos uma reconstituição no livro que ilustra estas informações, para as pessoas poderem compreender como era na altura o Retábulo”, diz.

 

Da Providência à construção e importância da memória

Questionado sobre o que mais o preencheu neste trabalho, Rui Ferreira responde prontamente dizendo que, sempre que está a investigar, se sempre bastante tomado pelos temas sobre os quais versa. E não poupa elogios ao actual Reitor da Basílica dos Congregados, o Pe. Paulo Terroso.

“Foi um excelente desafio que o Pe. Paulo me ofereceu quando eu ainda nem sequer tinha começado o Ponto Braguez e, num momento em que eu ainda estava ali, com medo de arriscar e de avançar, foi decisivo. Para mim foi providencial, da mesma forma como foi providencial para mim o encontrar aquele livro da «Collecção Sacro-Dolorosa»”, responde, sorridente. 

O autor diz que o livro se encontrava num alfarrabista em Viana do Castelo e que foi relativamente fácil adquiri-lo. Rui Ferreira estava à procura da obra por causa de uma informação sobre a Irmandade e acabou por ter acesso a um conjunto de informação de que não estava à espera. 

“Continuo a achar que foi a Providência que me levou até esse livro para reabilitar a memória do Pe. Martinho Pereira, que estava completamente oculta. Como é que é possível um homem que foi o fundador da Irmandade e que é o responsável por introduzir a devoção da senhora das Dores em muitos lugares da Arquidiocese de Braga e, indirectamente, em todo o país e outros lugares, não ser recordado?”, questiona. 

Rui Ferreira aproveita para lembrar a “importância da história e da investigação não apenas na construção da memória colectiva”, mas também para a construção de “uma sociedade justa, que sabe reconhecer aqueles que fizeram alguma coisa de relevante”. 

“Um livro fica como memória futura e o meu desejo é que este livro ajude a reabilitar a memória do Pe. Martinho, Oratoriano e que ainda seria bracarense. Ainda por cima, esta Nossa Senhora das Dores dos Congregados não é uma qualquer, não é mais uma imagem da Senhora das Dores como há tantas por este país fora. É, de facto, a precursora de muitas outras que existiram em Portugal e seus domínios, porque os Oratorianos também estavam na Índia e no Brasil. Aliás, no Brasil ainda hoje, na Cidade de Ouro Preto, na sua Capela do Calvário, falam do Pe. Martinho Pereira da Congregação do Oratório de Braga”, sublinha.

 

 

“O que dá sentido às dores são as alegrias” 

Depois disto tudo, ainda arriscamos perguntar ao autor porque devem as pessoas ler “A devoção de Nossa Senhora das Dores na Basílica dos Congregados – de Braga para o mundo”. 

“Acho que para quem gosta dos Congregados, a primeira parte do livro é toda dedicada à história dos Oratorianos, dos Congregados da cidade de Braga, o próprio templo e as alterações de que foi alvo… Portanto, vão ficar a conhecer um pouco mais sobre os Congregados, mas também particularmente o papel de Braga e dos Oratorianos bracarenses na propagação desta devoção, que está relativamente disseminada em Portugal e que é muito mais do que uma mulher com sete espadas”, responde prontamente.

Tendo perfeita noção de que algumas imagens de Nossa Senhora das Dores “causam algum repúdio”, Rui Ferreira insiste que é necessário ver para além do óbvio e compreender o significado das coisas. 

“Nossa Senhora nunca levou sete espadas no peito, mas a imagem tem um significado, aliás, cada espada tem um significado e é preciso explicar às pessoas o porquê desta devoção. Por isso é que nos Congregados também acontece um outro momento que eu acho relevante. Na Vigília Pascal existe a prática que o Pe. Martinho Pereira descreve no tal livro e que já era feita pelas primeiras devotas de Nossa Senhora das Dores, no século XVI, a de retirar as espadas à Senhora, uma a uma, explicando o seu significado e coroando a imagem. No fundo, é transformar a Senhora das Dores em Senhora das Alegrias, provar que não podemos ficar sempre pela dor, a dor é um caminho para alguma coisa”, explica. 

O autor volta a dizer que esta devoção tem muito sentido, mas só tem sentido se as pessoas assistirem “à Celebração nos Congregados e virem a imagem da Senhora das Dores liberta das suas espadas e coroada de glória, de luz, de alegria”. 

“Acho que é a beleza da Teologia presente na devoção à Senhora das Dores e, por isso, essas práticas devem ser mantidas, para lhe dar sentido. O que dá sentido às dores são as alegrias, a esperança da Ressurreição”, afiança. 

Rui Ferreira conclui a conversa dizendo estar “muito feliz pelo resultado final” e elogiando o trabalho “excelente e magnífico” de paginação de Ana Amorim, confessando até ter-se emocionado assim que viu a prova do livro. 

“Está aqui um belíssimo livro. Quem tiver interesse na história de Braga faz bem em adquiri-lo e tem aqui um belíssimo subsídio que acrescenta à bibliografia bracarense”, remata.

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