Arquidiocese de Braga -

30 novembro 2025

Igreja de Braga sugere criatividade para maior eficácia evangelizadora

Fotografia DM

DM - Francisco de Assis

D. José Cordeiro deu posse ao novo Conselho Pastoral Arquidiocesano de Braga e foram apresentados os novos estatutos

Depois da concentração na igreja matriz velha, os participantes na Assembleia Arquidiocesana de Braga partiram, em peregrinação, para a nova igreja matriz de Famalicão. Numa sessão com muitos motivos de interesse, nomeadamente o novo Conselho Pastoral Arquidiocesano, bem como os novos estatutos, a Igreja Arquidiocesana de Braga sugeriu a criatividade para maior eficácia evangelizadora.

O evento contou com a participação de representantes dos 13 arciprestados da Arquidiocese, bem como de todos os movimentos e departamentos que constituem a Igreja Arquidiocesana de Braga. Desde o Arcebispo e seus auxiliares, D. Delfim Gomes e D. Nélio Pita, o Vigário Geral e vários sacerdotes, religiosas e leigos. Aliás, muitos deles tomaram posse, uma vez que fazem parte do Novo Conselho Pastoral Arquidiocesano, com estatutos renovados. 

De salientar que a última vez que o estatutos foram renovados foi em 1989, pelas mãos do Arcebispo D. Eurico Dias Nogueira. Se em termos temporais não é muito tempo, do ponto de vista da sociedade, os tempos são completamente novos, as mudanças na sociedade são drásticas. Pelo que a Igreja deve viver este tempo e adaptar-se, sem desvirtuar na sua mensagem que é sempre nova, mas igualmente com a mesma centralidade que é Cristo, o ressuscitado.

A assembleia começou com intervenção do Arcebispo Metropolita de Braga, D. José Cordeiro, apontou os próximos passos para a Igreja de Braga, sempre com o horizonte do “Caminho da Páscoa 2033”, com a missão de Levar Jesus a todos e todos a Jesus”. 

A Carta Pastoral, Novo Conselho Pastoral, os novos estatutos e tudo o que foi debatido e refletido na Assembleia Arquidiocesena de Braga de ontem tem um propósito. «É para prosseguirmos o caminho de Páscoa e sermos servidores criativos neste caminho para levar Jesus a todos e todas a Jesus. Nós propusemos-nos um itinerário que nos há de conduzir ao jubileu dos 2000 anos da Páscoa de Jesus, 2033, e neste caminho apresentamos vários trilhos, vários momentos de consolidação do caminho sinodal, com o novo estilo de ser Igreja aqui na Arquidiocese de Braga, na continuidade do antigo sempre novo, porque o sínodo ou a sinodalidade é o próprio nome da igreja. Nós estávamos já a vivenciar ou a propor-nos a tal, porque é um esforço quotidiano, da conversão ao Evangelho, a oração e vida espiritual, agora a participação ativa e criativa, o serviço e o acolhimento a todos», disse.

O Arcebispo Metropolita recordou que a Boa Nova da Salvação é toda a igreja de portas abertas, que quer acolher a todos. «Para sermos cada vez mais fiéis ao Evangelho, numa fidelidade criativa para o aqui e agora da história». Os trabalhos da  Assembleia foram conduzidos por Sílvia Cariana.

Vários sinais vivos de esperança

D. José Cordeiro apresentou a nova Carta Pastoral, distribuído a todos os presentes e que vai ser oferecida a todos os fiéis da Arquidiocese de Braga. Aliás, o novo documento intitulado “Juntos, servidores criativos, no Caminho da Páscoa – Levar Todos a Jesus”, o prelado bracarense fez questão de destacar alguns sinais vivos de esperança na Arquidiocese: Assim, falou na adoração eucarística nas comunidades cristãs em todos os dias do ano, concretizando as conclusões do 5.º Congresso Eucarístico Nacional; a peregrinação jubilar dos 13 Arciprestados à Sé Primaz; o Jubileu dos Jovens em Roma; a Visita Pastoral; os Conselhos Pastorais Paroquiais ou da Unidade Pastoral, como espaços de corresponsabilidade eclesial diferenciada em sinergia, onde «o todo é maior que a soma das partes»; a promissora segunda edição do “Renovar”, um providencial laboratório de discernimento sinodal; a reconfiguração da Pastoral das Vocações; mais igrejas abertas; a formação integral, contínua e partilhada com leigos, clero e consagrados para a missão em chave sinodal; a formação dos agentes pastorais “prevenir + proteger = servir” nos Arciprestados sobre a prevenção e a cultura do cuidado, para combater todo o tipo de abuso; o início da preparação de um grupo de candidatos ao Diaconado Permanente; a instituição de leigas no ministério de leitor, acólito e catequista; o serviço da Cáritas, das Santas Casas da Misericórdia, dos Centros Sociais Paroquiais e de tantas outras obras católicas; os processos da cultura da transparência com a prestação de contas e avaliação, não só dos bens económicos, mas da missão pastoral.

Outras das intervenções  muito escutadas foi do padre Sérgio Torres, Vigário Episcopal da Arquidiocese de Braga. A propósito da Carta Pastoral e das diretrizes traçadas pela Igreja de Braga, o sacerdote frisou que, assim como o objetivo de uma empresa de telemóveis ou de computadores não é vender o instrumento mas os «benefícios» do serviço; o mesmo se pode dizer dos documentos. «Não são uma estratégia. São aquilo que nós somos.Nós somos batizados para sermos isto. Para fazermos isto. E o benefício, se o pusermos em prática, é exatamente este».

O padre Sérgio recordou que os tempos são novos, os desafios são diferentes, e reforçou a velocidade, a rapidez, a intensidade e a radicalidade que o mundo está a mudar hoje. E há duas atitudes possíveis: ou se cruzam os braços e começa-se a trabalhar. «Dizemos, toca a trabalhar. E por isso a criatividade que nos é proposta é esta: responder com a força do Espírito Santo a estes tempos novos. Responder com coragem e inovação, certamente alinhados com o que é a proposta da Diocese». E enalteceu duas propostas de Cristo: servir e acolher a todos. «Servir e acolher a todos, que é o trilho que propomos também para continuarmos este ano, não são apenas atividades da igreja, servir e acolher a todos revela a nossa identidade, nós somos serviço, nós somos acolhimento, porque Cristo era serviço, porque Cristo era acolhimento. E por isso é que seguimos este caminho, porque nós somos isto».

Criatividade é a palavra certa também pelo que fez um grupo de jovens de Famalicão, que, de forma criativa, encenou aquele é que a principal missão da Igreja. Acolher, hospedar, servir e semear a Palavra de Deus. Uma encenação que «surpreendeu» o Arcebispo de Braga que confessou ter ficado «tocado» com a mensagem e a forma como os jovens demonstram criatividade na evangelização.

Os vencedores do último Festival Arquidiocesano da Canção também atuaram ontem na Assembleia; assim como a Tuna da Universidade Lusíada de Famalicão, que animou o lanche partilhado por todos presentes.

Eis os novos membros do Conselho Pastoral 

Os membros natos são: o Arcebispo D. José Cordeiro, os seus auxiliares, D. Delfim e D. Nélio; o Vigário-Geral, cónego Manuel Joaquim; os vigários episcopais, cónegos Avelino Amorim, Hermenegildo Faria e Vítor Novais; o padre Sérgio Torres.

Quanto aos membros eleitos, na Comissão para a Liturgia e Espiritualidade estão Ana Rita Afonso, João Manuel Duque e António Sampaio Fernandes.

No Centro Missionário, Sara Poças; na Comissão para a Educação Cristã e Cultura, Maria de Fátima Castro, João Miguel Alves, Marta Vilas Boas, Alexandre Malheiro e Ricardo Martins; na Comissão para os Leigos e família estão Ricardo Martins, Carmen do Céu Catarino, João Oliveira, Elisabete Coutinho, Paulo Coutinho; na Comissão para as Vocações e Ministério, estão Joana Filipa Soares, o cónego Vítor Novais, o diácono Fernando Gonçalves, Isabel Cardoso dos Santos, Theresa Ngozi Iheoma, Maria Manuela Caldeira; na Comissão para a Pastoral da caridade, o diácono José Maria Costa e Carlos Muniz; na ACEGE, Guilherme Meneses; na LOC/MTC e ACR, Manuel Filipe Sá, na Cáritas Arquidiocesana, Jesuíno Dias Afonso; os membros designados são Eduardo Jorge Madureira, Isabel Abreu Cunha, Nuno Miguel Cunha Paula Oliveira e Renata Rodrigues. Há ainda um nomeado para cada arciprestado.