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D. Jorge Ortiga | 17 Dez 2005
Natal das Famílias e para as Famílias
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Mensagem de Natal do Arcebispo Primaz Desde os anos sessenta do século passado até aos nossos dias, a família tem sido objecto de profundas transformações. Entre outros sinais, aumentam os divórcios, diminui a fecundidade situando-nos muito abaixo da necessidade da renovação natural da população (1,5 quando seria necessário 2,1), a dimensão média dos agregados familiares é menor, a solidão expande-se assustadoramente. Por outro lado, a realidade sócio-económica denuncia contrastes, uma vez que é em Portugal que vivem as maiores desigualdades sociais entre os que usufruem altos rendimentos e os pobres (20% das famílias vivem com 80% do PIB e as restantes 80% vivem com 20% do mesmo). Neste cenário de desigualdades verificamos entre outras realidades: - Condições sócio-económicas que não permitem uma habitação condigna, a educação dos filhos (com o insucesso escolar ligado a um futuro profissional hipotecado), a alimentação e o acesso aos bens de saúde; - Empregos com salários insuficientes, precariedade laboral e desemprego a crescer a um ritmo alarmante; - Problemas de pobreza e de exclusão social, que empurram crianças e adolescentes para o trabalho infantil. Daí que, perante esta análise sumária de carácter pessimista, e um individualismo reinante, convido todos os homens de boa vontade a aceitarem e promoverem a urgência duma revalorização intensa da família. Em primeiro lugar, na vertente meramente natural onde, independentemente das formas e das mudanças profundas de que tem sido alvo, ela continua a ser considerada por toda a parte “o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à protecção da Sociedade e do Estado” (Declaração Universal dos Direitos do Homem, art. 16, 1998). Simultaneamente, numa perspectiva cristã, nascida do sacramento do matrimónio como “imagem e participação da aliança de amor de Cristo e da Igreja” (G. S. 48) é “Igreja doméstica” (L. G. 11) que “proclama em alta voz as virtudes presentes do reino de Deus e as esperanças da vida bem-aventurada”. Dum modo particular e pessoal, dirijo-me à comunidade diocesana pedindo-lhe um redobrado espírito de serviço à causa da família para que, à luz da família de Nazaré, muitos se empenhem na sua transformação naquilo que ela é. . Saúdo os lares cristãos onde o amor único e indissolúvel circula proporcionando aos filhos o ambiente adequado para um desenvolvimento harmónico de todas as capacidades; . Gostaria de entrar nos lares onde qualquer tipo de amargura atormenta e impede a felicidade desejada, para pedir-lhes que enveredem pelos caminhos dum amor generoso que não só será lenitivo nas dores mas remédio salvador de todas as perplexidades; . Sofro com a realidade do desemprego a atingir níveis inadmissíveis na nossa região, quero estar onde já falta o pão, o emprego, o diálogo, a concórdia e solicito às autoridades novas formas de intervenção, confiando naqueles e naquelas que podem criar lugares de trabalho; . Penetro, através da oração, nos mundos da solidão e do desespero e recordo as crianças e os idosos a quem falta o mínimo da ternura familiar; . Não posso esquecer a vida que não chega a ver a luz do mundo e ouso sonhar na responsabilidade de todos para que a defendam com encanto na certeza, entre outros aspectos, dum rejuvenescimento do nosso país; . Não me identifico com qualquer tipo de violência doméstica e coloco-me do lado dos mais fracos para que o espírito de concórdia reine entre todos; . Olho para os marginalizados e excluídos que não conseguem saborear o calor dum recanto familiar e bato à sua porta para que acreditem que é possível uma vida melhor. x x x x x x x x x x x x x O Natal nunca acontecerá sem uma família. O nascimento de Cristo experimentou a ausência de tudo o que seria minimamente exigível. Não lhe faltou o amor e a ternura de Maria e José que não se detiveram nas dificuldades. Pensando Neles e na força que nasce de Belém, acredito que o futuro da humanidade passa pela família e sei que este Natal reforçará os laços dos casais, reunificará os corações divididos, dará alento aos sozinhos, criará a vontade duma sociedade-família onde na mesa da dignidade humana todos são servidos na igualdade e fraternidade. Bom Natal para todas as famílias e, particularmente, para aqueles e aquelas que não experimentam o seu calor e afecto. + Jorge Ferreira da Costa Ortiga, Arcebispo Primaz
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