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DACS com Agência Ecclesia | 10 Nov 2020
Vaticano assume falhas no caso do antigo cardeal McCarrick
Relatório de 461 páginas é o primeiro do género publicado pelo Vaticano.
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  © CNS/Paul Haring

O Vaticano admitiu esta terça-feira, num relatório, erros na gestão do processo relativo ao antigo cardeal McCarrick, arcebispo emérito de Washington, acusado de abusos sexuais. O relatório é o primeiro texto do género a ser publicado pelo Vaticano sobre a gestão de um caso de abuso de menores.

A Secretaria de Estado da Santa Sé elaborou um relatório de 461 páginas, incluindo documentos e testemunhos que contam o caso do antigo responsável norte-americano, de 90 anos, que em 2019 foi demitido do estado clerical. 

O relatório revela que, antes da criação cardinalícia do arcebispo McCarrick, em 2000, houve denúncias de abusos sexuais contra o responsável católico que terão sido consideradas infundadas pelo Papa de então, João Paulo II.

A Santa Sé rejeita responsabilidades do Papa Francisco nesta matéria, sublinhando que, após ter conhecimento de “alegações credíveis” contra o responsável norte-americano, este foi removido do Colégio Cardinalício em 2018 e, mais tarde, do estado clerical.

Ninguém consultado nas várias nomeações episcopais “forneceu indicações negativas” sobre McCarrick

De acordo com o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, o relatório é produto de um trabalho de dois anos que exigiu o “exame cuidadoso de toda a documentação relevante dos arquivos da Santa Sé, da Nunciatura em Washington e das dioceses dos Estados Unidos envolvidas” neste caso. “Publicamos o Relatório com tristeza pelas feridas causadas às vítimas, às suas famílias, à Igreja nos Estados Unidos, à Igreja universal”, indica o colaborador do Papa.

Segundo o relatório, nas várias nomeações episcopais de Theodore McCarrick, entre 1977 e 1986, “nenhuma das pessoas consultadas para obter informações forneceu indicações negativas sobre a conduta moral” do responsável.

Antes da nomeação de McCarrick como novo arcebispo de Washington, em 1999, o então arcebispo de Nova Iorque, o cardeal O’Connor, manifestou o seu desacordo com a decisão, embora reconhecendo não ter informações diretas sobre eventuais casos de abusos, falando no risco de “um grave escândalo”.

O Vaticano realça que João Paulo II conhecia McCarrick desde 1976, ainda antes da sua eleição pontifícia, e que este escreveu ao secretário pessoal do Papa polaco, D. Stanislaw Dziwisz, para se manifestar inocente de todas as acusações que lhe eram dirigidas.

Em 2006, Bento XVI retirou o então arcebispo de Washington do cargo, com recomendações para que este levasse uma vida mais reservada e em compromissos públicos, o que não veio a acontecer.

As medidas adoptadas nos últimos anos contra os abusos sexuais de menores permitem que sejam agora tidas em consideração eventuais denúncias anónimas, o que não aconteceu no caso McCarrick.

O secretário de Estado do Vaticano referiu que “nos últimos dois anos, enquanto decorria a investigação que conduziu a este Relatório, demos passos significativos para assegurar uma maior atenção à proteção dos menores e intervenções mais eficazes para evitar que certas decisões tomadas no passado se repitam”.

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