Quer dar uma ideia à Arquidiocese de Braga com o objectivo de melhorar a sua comunidade?
Quer dar uma sugestão, reportar um erro ou contribuir para a melhoria deste site?
O Papa Francisco recebeu o relatório divulgado esta terça-feira sobre abusos sexuais na Igreja Católica na França com dor e tristeza. As conclusões apontam para mais de três mil padres e religiosos envolvidos e mais de 300 mil vítimas entre 1950 e 2020.
O relatório, resultado de dois anos e meio de investigação, foi elaborado por uma comissão independente sobre os abusos sexuais de menores por membros do clero e institutos religioso ou em instituições da Igreja Católica. A comissão foi criada em 2018 pela Conferência Episcopal Francesa e o coordenador, Jean-Marc Sauvé, já tinha admitido que os números do relatório são uma “uma estimativa por baixo”.
De acordo com o Vaticano, os pensamentos de Francisco foram “em primeiro lugar para as vítimas, com imensa tristeza pelos seus ferimentos e gratidão pela sua coragem de os denunciar”.
O Papa espera também que a Igreja na França, depois de tomar consciência “desta terrível realidade e unida ao sofrimento do Senhor pelos seus filhos mais vulneráveis, possa empreender o caminho da redenção”.
Na conferência de imprensa de apresentação do relatório, Jean-Marc Sauvé citou uma carta de uma vítima para dizer que o que surgiu em quase dois anos e meio pode ser “desestabilizador e desencorajador”, mas dá esperança para “um novo início”.
François Devaux, vítima do padre Preynat na Arquidiocese de Lyon e co-fundador da associação La Parole Libérée, falou em nome das vítimas de abusos, criticou as “disfunções sistémicas” que enfrentou e pedu que a Igreja “pague por estes crimes”.
A arcebispo de Reims e presidente da Conferência Episcopal Francesa, D. Éric de Moulins-Beaufort, reconheceu a extensão “assustadora” da violência na Igreja e assumiu “vergonha e tristeza”.
A presidente da Conferência das Religiosas da França, irmã Véronique Margron, manifestou “tristeza infinita” e “vergonha absoluta” perante estes crimes.
As duas instituições reagiram em comunicado conjunto à divulgação do relatório com “vergonha, gratidão e determinação”.
“O nosso pensamento e a nossa imensa dor, como mulheres e homens, como bispos ou superiores e superioras dos institutos religiosos, vão sobretudo para as vítimas; os que puderam falar, os que ainda não conseguiram ou nunca poderão falar e os que já morreram. Nada pode justificar que eles não tenham sido ouvidos, acreditados, apoiados, ou que a maioria dos culpados não tenha sido denunciada e julgada”, afirmam as duas instituições.
O relatório faz 45 recomendações, incluindo o fortalecimento dos mecanismos de controlo interno na Igreja, uma melhor definição do papel do bispo e um melhor envolvimento dos leigos no governo da Igreja.
P. Paulo Alexandre Terroso Silva
Rua de S. Domingos, 94 B
4710-435 Braga
253203180
253203190