IV DOMINGO DA QUARESMA, ANO C

Há parábolas que precisam de mudar de nome! É preferível valorizar a relação daquele pai com os filhos. «Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-selhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos». Deus é assim, como já tinha registado, noutras ocasiões, a história bíblica: «Hoje tirei de vós o opróbrio do Egito». Acompanha no caminho para a liberdade, como pai misericordioso que cuida dos seus filhos e filhas, até ao dia em que têm possibilidade de viver em segurança. «Enaltecei comigo ao Senhor», que, em Jesus Cristo, nos reconcilia consigo. Porque «se alguém está em Cristo é uma nova criatura». A Quaresma é o tempo adequado para o regresso à casa do pai, a fim de nos deixarmos abraçar pela sua misericórdia.

A revisão de cada momento do dia, «de hora em hora» (EE 43), constitui o terceiro passo da oração do exame, de acordo com a proposta inaciana. Analisamos a forma como cuidamos as relações, «os tempos que passamos em oração, com a família, ou comunidade; os principais momentos da nossa atividade no dia; da partilha às refeições; e os momentos de descontração» (Timothy M. Gallagher). Queremos fazer o discernimento sobre as ‘consolações’ que nos foram concedidas por Deus através dos acontecimentos e das pessoas. Analisamos também alguma ‘desolação’ que tenha surgido ao longo do dia e se fomos capazes ou não de lhe reagir com firmeza. Sem a culpabilização que mata, mas abertos ao amor misericordioso que faz ressurgir.