VIGÉSIMO NONO DOMINGO, ANO B

Radicalidade, exigência: o que nos parece difícil, Jesus Cristo assumiu-o de forma absoluta, para nos salvar. Sem medo, unidos ao Filho de Deus, «permaneçamos firmes na profissão da nossa fé»! No texto do evangelho segundo Marcos, depois de ter feito aos apóstolos o terceiro anúncio da Paixão, o Mestre revela-lhes o segredo do seu caminho. Ele é «o justo, meu servo»que ofereceu «a sua vida como sacrifício de expiação». O conflito causado por Tiago e João permite reforçar a necessidade de passar pela cruz, a importância de «servir e dar a vida pela redenção de todos». Carregando sobre si as nossas ‘feridas’, Jesus Cristo dá-nos a conhecer a misericórdia divina, faz-nos participantes dos bens preparados «para os que esperam na sua bondade».

A renovação (eclesial) é inadiável. Contudo, na comunidade cristã, não se faz por decreto ou por magia, de um momento para o outro. A partir de dentro, no seio dos grupos paroquiais, é urgente «pensar e agir» em comunidade, assumir o compromisso do acolhimento mútuo e de proximidade para com os outros. Somos chamados a servir como colaboradores, não adversários, muito menos inimigos. São diversas as feridas, divisões e os conflitos, que podem ser letais para a comunidade: anonimato, insensibilidade, prioridades trocadas, falta de comunicação e transparência, projetos falhados, feridas pessoais. A partir de um sério exame de consciência, tenhamos a coragem de cuidar as feridas da comunidade. Onde há amor nascem gestos: acolher!