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DACS com La Croix International | 1 Jun 2022
Bispo que foi vítima de tribalismo será o próximo cardeal da Nigéria
A decisão do Papa de tornar o bispo Peter Okpaleke cardeal no consistório de Agosto tem um forte valor simbólico.
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  © DR

O Papa Francisco enviou uma forte mensagem contra o tribalismo na Igreja Africana ao anunciar que o bispo nigeriano Peter Okpaleke estará entre os 21 homens que serão criados cardeais em Agosto, num consistório do Vaticano.

O bispo de Ekwulobia, no sudeste da Nigéria, de 59 anos, esteve no centro de um conflito de seis anos na sua antiga diocese de Ahiara, onde alguns sacerdotes e leigos o rejeitaram obstinadamente por motivos étnicos e impossibilitaram que ele assumisse o seu cargo.

Bento XVI tinha nomeado Okpaleke bispo de Ahiara em Dezembro de 2012, mas o clero e o povo local impediram-no de entrar na catedral para tomar posse da diocese.

O Papa Francisco, que sucedeu a Bento apenas alguns meses depois, acabou a exigir que os padres rebeldes enviassem cartas de desculpas pelo seu comportamento. Mas ainda assim rejeitaram o bispo.

Okpaleke apresentou a sua renúncia e o Papa aceitou-a a 19 de Fevereiro de 2018.

 

Renúncia da Diocese de Ahiara

“Conscientemente convenci-me de que não é mais benéfico para a Igreja eu permanecer bispo de Ahiara”, escreveu Okpaleke numa carta pastoral anunciando a sua renúncia.

“Não acredito que o meu apostolado numa diocese onde alguns padres e leigos são tão mal-intencionados para comigo possa ser eficaz”, disse.

A razão dada para a rejeição por parte dos sacerdotes e fiéis de Ahiara é a origem étnica do bispo Okpaleke. Embora seja do povo Ibo, que é a maioria no sul da Nigéria, não é da etnia Mbaise, cujo território inclui a Diocese de Ahiara, criada em 1987.

Diante da hostilidade aberta de alguns dos seus sacerdotes diocesanos, o bispo Okpaleke teve que ser ordenado ao episcopado fora da diocese.

A cerimónia aconteceu no seminário de Ulakwo, na vizinha Oweri, na esperança de que a situação se acalmasse.

Mas isso nunca aconteceu, mesmo depois de o Papa expressar sua profunda consternação e a Conferência Episcopal da Nigéria ameaçar suspender os padres rebeldes.

 

À frente de uma nova diocese

A 5 de Março de 2020 – dois anos depois de aceitar relutantemente a renúncia de Okpaleke –, Francisco nomeou o bispo como chefe da recém-criada Diocese de Ekwulobia.

A nova sede foi esculpida na Diocese de Awka e é sufragânea da Arquidiocese Metropolitana de Onitsha.

O bispo de Awka, Paulinus Ezeokafor, agradeceu publicamente ao Papa no dia em que a nova designação do bispo Okpaleke foi anunciada.

 

Uma mensagem forte

Mas a maioria dos observadores da Igreja na Nigéria nunca esperou que o Papa fizesse do bispo sitiado um cardeal.

Muitos pensaram que o próximo chapéu vermelho do país iria para o arcebispo Ignatius Kaigama de Abuja, na capital nigeriana, ou para o carismático bispo Matthew Hassan Kukah, de Sokoto.

Mas Francisco surpreendeu-os e, ao fazê-lo, enviou uma forte mensagem contra os critérios tribais ou étnicos que muitas vezes são usados ​​para rejeitar padres e bispos no continente africano.

Numa reunião com jovens durante a sua visita ao Quénia em 2015, o Papa denunciou o tribalismo como algo que está a “devorar a sociedade como o caruncho”.

“Não ao tribalismo!”, exclamou.

Artigo de Lucie Sarr, publicado no La Croix International a 31 de Maio de 2022.

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Palavras-Chave:
Cardeais  •  Consistório  •  Nigéria  •  Papa Francisco  •  Tribalismo  •  Peter Okpaleke  •  Bento XVI
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