Arquidiocese de Braga -

13 fevereiro 2022

D. José Cordeiro define esperança como vocação da Igreja bracarense

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Na homilia na eucaristia solene de início do ministério pastoral, o novo Arcebispo de Braga afirmou que a “Igreja sinodal samaritana não pode ser um slogan”.

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D. José Cordeiro afirmou este Domingo que a esperança é a “vocação” da Igreja bracarense e o medo, por oposição, o “maior obstáculo da esperança”. Na primeira homilia como Arcebispo Primaz, na Sé Catedral de Braga, D. José referiu que a “Igreja sinodal samaritana não pode ser um slogan”, mas que é o “estilo essencial”.

O novo Arcebispo de Braga, que tomou posse no sábado, definiu a esperança como a “vocação” da Igreja bracarense e disse que a eucaristia é “a alegria e a esperança” da peregrinação católica, mas que isso não deve limitar os fiéis a “a celebrar a eucaristia nem só a acreditar e adorar a eucaristia, mas a ser eucaristia viva”, partindo do Domingo.

Na presença do Núncio Apostólico, D. Ivo Scapolo, dos cardeais, bispos e arcebispos de Portugal e Espanha e dos cabidos metropolitas de Braga e de Santiago de Compostela, o Arcebispo Primaz referiu que a “Igreja sinodal samaritana não pode ser um slogan, um evento ou um «fazer por fazer»”, e dispôs-se a servir o “Evangelho da Esperança” em proximidade “com Deus, com o sucessor de Pedro, com o colégio episcopal, com o presbitério e com o Povo santo de Deus, na compaixão e na ternura”.

A esperança, tema que percorre toda a homilia, acompanha também o revisitar das “raízes, história, trabalho e cansaços” de uma Igreja que, como diz o Papa Francisco, “habita sempre nas suas origens” para ser, diz D. José Cordeiro, “esperança do mundo”, convocando todos para “a missão do essencial ao serviço de todo o povo de Deus a nós confiado”.

Na eucaristia que marcou o início do ministério pastoral em Braga, o Arcebispo explicou que “só se evangeliza com o Evangelho” e que apenas quem assume ser “carente e pobre” pode ser “amigo dos pobres, reclusos, doentes, peregrinos, migrantes, refugiados, vulneráveis, indigentes e marginalizados nas periferias existenciais, sociais e geográficas”. Tudo para dizer que é preciso olhar “com olhos novos”, mais precisamente “os olhos de Jesus Cristo”.

D. José Cordeiro citou Fernando Pessoa para explicar que a realidade existe “antes das ideias e das ideologias”, e que incita a uma “coragem criativa, à confiança e à paciência para criar relação no encontro com os homens e as mulheres do nosso tempo”. Outra coragem, a da “alegria e da esperança”, é necessária para o “enorme trabalho interior a realizar para a simplicidade do coração”.

O Arcebispo Primaz pediu a toda a Arquidiocese que se deixe contagiar “pela imaginação e criatividade”, seguindo o estilo de Deus - que define como de “proximidade, compaixão e ternura” - e um “dinamismo pastoral” que exige uma conversão “pessoal, pastoral e missionária”. E foi essa conversão que o levou a citar o Papa Francisco para falar do sonho com uma “opção missionária capaz de transformar tudo”.

Afirmando a vontade de visitar as 552 paróquias, 14 arciprestados e os vários “serviços de proximidade” da Arquidiocese de Braga, D. José dirigiu-se ao clero diocesano presente na Sé para pedir ajuda aos “primeiros e indispensáveis colaboradores”, com quem quer “caminhar juntos para o futuro”, para ser “pai e pastor”, e deixou claro que “tudo na Igreja deve tornar visível e reconhecível o rosto de Cristo”.

A eucaristia solene de início do ministério pastoral de D. José Cordeiro contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, da Ministra da Justiça e da Administração Interna, Francisca Van Dunem, dos presidentes de vários municípios do território da Arquidiocese de Braga e ainda outras autoridades civis e militares.

 



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