Arquidiocese de Braga -

13 dezembro 2023

Como ser uma Igreja Sinodal em Missão?

Fotografia DR

Gabinete de Imprensa || Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos

Divulgadas as orientações para o trabalho rumo à Assembleia de 2024

\n

No final da reunião de 5 de dezembro, os membros do Conselho Ordinário do Sínodo dos Bispos adotaram um Documento para o trabalho da Igreja Católica até à celebração da Segunda Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (outubro de 2024).

Tratam-se de orientações com um verdadeiro roteiro em que o aprofundamento da sinodalidade em chave missionária e o alargamento das experiências de sinodalidade a nível local são as pedras angulares sobre as quais as comunidades locais são chamadas a refletir a partir do Relatório de Síntese adotado no final da Primeira Sessão da XVI Assembleia, a 28 de outubro. Como recordou o Santo Padre ao aprovar estas linhas de trabalho, «o Sínodo é sobre a sinodalidade e não sobre este ou aquele tema... O importante é como a reflexão é feita, ou seja, de forma sinodal».

«Partindo da experiência da assembleia de outubro passado e, sobretudo, do Relatório de Síntese que os membros aprovaram, o Conselho Ordinário decidiu um caminho unificado mas diferenciado, segundo as competências e as possibilidades de cada realidade eclesial», afirma o cardeal Mario Grech, Secretário-Geral do Sínodo, acrescentando: «Este é já um modo sinodal de trabalhar na Igreja, em que cada um coopera para o bem de todos, segundo a sua vocação».

De facto, tendo em conta os dois eixos ou orientações, pede-se às dioceses:

 1. em ordem ao aprofundamento: promover uma reflexão centrada no tema da corresponsabilidade diferenciada na missão de todos os membros do Povo de Deus (cf. Relatório de Síntese, capítulos 8-12, 16 e 18). As Igrejas locais são convidadas a realizar uma nova consulta que envolva pessoas e grupos (párocos, organismos de participação, equipas sinodais, etc.) que exprimam uma variedade de experiências, competências, carismas, ministérios no seio do Povo de Deus e cujo ponto de vista seja de particular ajuda para focalizar o "como" crescer como Igreja sinodal. Neste sentido, parece indispensável o envolvimento de peritos e instituições académicas presentes em cada território, de modo a que o contributo da perícia teológica e canónica, bem como das ciências humanas e sociais relevantes, possa estar presente;

2. em ordem ao alargamento das experiências de sinodalidade: continuar ou promover novas iniciativas para crescer como Igreja sinodal em missão, com experiências de formação e escuta que envolvam também aqueles que até agora não foram tocados pelo processo, grupos que vivem em condições de pobreza e marginalidade social, bem como cristãos de diferentes confissões e pessoas de outras religiões; recolher e transmitir testemunhos e boas práticas a enviar à Secretaria do Sínodo através das Conferências Episcopais ou das Estruturas Hierárquicas Orientais.

Para facilitar o trabalho das comunidades locais, a Secretaria Geral preparou uma possível ficha de trabalho destinada a ajudar o trabalho de receção dos frutos da assembleia sinodal de outubro e a prosseguir o caminho sinodal de conversão nas Igrejas locais. A ficha está disponível em synod.va.

As Conferências Episcopais e as Estruturas Hierárquicas Orientais são convidadas a acompanhar o trabalho das Igrejas locais, oferecendo-lhes indicações sobre as modalidades e os tempos do trabalho de aprofundamento; a promover também a sua reflexão sobre a corresponsabilidade diferenciada em ordem à missão, sobretudo a nível dos agrupamentos de Igrejas (regionais, nacionais, internacionais) e nas relações entre as Igrejas e o Bispo de Roma; e elaborar a síntese dos contributos do aprofundamento recebidos das Igrejas locais e/ou produzidos a nível nacional, e enviá-los, juntamente com as boas práticas recolhidas pelas Igrejas locais, à Secretaria Geral do Sínodo até 15 de maio.

Ao mesmo tempo, a Secretaria Geral do Sínodo promoverá e coordenará a reflexão sobre alguns temas "maiores" do Relatório de Síntese que devem ser tratados a nível de toda a Igreja e em colaboração com os Dicastérios da Cúria Romana. Como é próprio das Assembleias Sinodais, será apresentada ao Santo Padre uma lista de temas. Sobre os temas que o Papa Francisco vier a indicar, serão chamados grupos de peritos de todos os continentes para trabalhar de forma sinodal, com a participação dos Dicastérios competentes da Cúria Romana. Um relatório sobre o andamento deste trabalho será apresentado na Segunda Sessão, em outubro de 2024.

Em todo este trabalho, os membros e todos os participantes da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, nomeados pelo Santo Padre, terão a importante tarefa de ser embaixadores do caminho realizado e serão chamados a ser verdadeiros pontos de referência para as respetivas realidades eclesiais.


Download de Ficheiros

Documento para o trabalho até 2024