Um estudo apresentado ontem pelo padre Eduardo Duque, professor na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da UCP, indicou alguns dados relativos à demografia do clero da Arquidiocese de Braga, destacando-se o facto de, segundo as previsões, o número de sacerdotes segue um caminho descendente. A apresentação foi feita durante o Encontro de Natal do clero arquidiocesano.

Neste momento, a Arquidiocese de Braga dispõe de 313 sacerdotes, um número que, aponta o estudo, cairá para 231 dentro de dez anos (menos 30%) e para 152 dentro de 20 anos (menos metade). “Esta é uma projeção que achamos ser muito real e que tem por base os dados reais de 2013 até 2023”, disse.

No que concerne a idade média do clero, a maioria (37%) tem 76 ou mais anos, seguindo-se a faixa etária dos 41 aos 60 anos (34%), dos 61 aos 75 (16,6%) e, por último, abaixo dos 40 anos (12%). De ressalvar que metade dos sacerdotes da Arquidiocese de Braga tem entre 48 e 82 anos de idade.

A média de sacerdotes ordenados por ano tem vindo a decrescer sobretudo desde 2010. Se de 1960 a 2023 ordenaram-se, em média, 6,7 sacerdotes, o número cai para 3,9 se considerarmos o espaço temporal que vai de 2010 a 2023.

O estudo aponta ainda que as ordenações acontecem cada vez mais tarde, uma vez que a idade média tem vindo a subir e, neste momento, situa-se nos 26,5 anos. A longevidade média dos sacerdotes após a ordenação é de 54 anos.

Perante estes dados, o cónego Eduardo Duque destacou, no contexto pastoral, “a necessidade de se conceber e implementar estratégias eficazes para fomentar novas vocações sacerdotais” e uma “atenção especial à colocação de sacerdotes nas comunidades ou serviços”, o que exige “um planeamento mais criterioso das zonas pastorais”.

Como desafios, apontou o envolvimento dos leigos e uma colaboração “mais estreita” entre as paróquias vizinhas.

O estudo está disponível para download (link abaixo).