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Sé Catedral - Braga| 24 Dez 2022
A alegria de ser habitado pelo Amor
Homilia na Missa de noite de Natal
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  © Susanne Jutzeler, suju-foto /Pexels

1. Anunciação é evangelização

Nesta noite santa do Natal ressoam com maior força as palavras cantadas do belo hino: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados”.

A alegria está ligada ao não temor como anuncia o Anjo do Senhor aos pastores: «não tenhais medo, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo…».

No dia de Natal, como no dia da Anunciação, a Liturgia da Igreja convida-nos a genuflectir ao mesmo tempo que professamos: «e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e Se fez homem». Só de joelhos se pode contemplar o mistério da Paz. Escutemos o silêncio da fonte do Amor.

A paz é um dom precioso e um compromisso que nos desafia para a construção do Bem comum. A paz é o próprio Deus que se faz um de nós para habitar a caridade do coração na proximidade concreta.

A alegria de dar alegria e de ser habitado pelo Amor, como fazem os Anjos, seja um bom compromisso do Natal. É tempo de fazer e ser sinodalidade “samaritana”.

 

2. Nasceu para vós – entregue por vós 

Páscoa e Natal, ou seja, a Cruz e a Estrela caminham juntos e formam uma só realidade. Aqui na nossa cidade, no alto do monte Picoto, os símbolos da Cruz e da Estrela estão bem identificados de dia e de noite. 

Na Páscoa, que se atualiza em cada Eucaristia, Jesus é entregue por nós, para nossa salvação. No Natal, o mesmo Senhor nasceu para nós: «Hoje, nasceu para vós, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor». A Luz da Luz, a Vida da Vida, se renove neste tempo santo do Natal. 

Como bem assegura o Papa Francisco: «podemos encontrar Deus pelo facto novo da Encarnação que na última Ceia chega ao extremo de desejar ser comido por nós. Como poderá acontecer-nos a desgraça de nos subtrairmos ao fascínio da beleza deste dom?»

Nesta hora da história da Igreja com tanto cansaço e desconfiança, pedimos ao Senhor, que se mostra na humildade do presépio, o renascimento pastoral e missionário. Ao dizermos que “onde há amor aí habita Deus”, glorifiquemos Deus com a nossa própria vida.

 

3. Natal: manifestação de Deus Amor e do Amor Deus

Nos últimos dias do Advento estive em Moçambique, na Diocese de Pemba, província de Cabo Delgado, a convite do estimado Bispo diocesano, D. António Juliasse. Ali, visitei especialmente a Paróquia de Santa Cecília de Ócua, fundada em 1970 pelos Missionários da Boa Nova e desde 2014 em cooperação pastoral confiada à estimada Arquidiocese de Braga. 

Deus nos ajude a prosseguir o processo já iniciado pelos anteriores pastores: D. Jorge Ortiga e D. Luís Lisboa, com a colaboração de tantos Presbíteros e Leigos, nomeadamente do Centro Missionário da Arquidiocese de Braga (CMAB) e do Bispado de Pemba. Agradeço a Deus e a todos os que tornaram possível, na oração, na programação e na partilha económica, a tão esperançosa visita pastoral e missionária.

A Paróquia em dinamismo ministerial está articulada em 98 comunidades e 17 zonas pastorais. Visitámos e fomos visitados pelo Amor de Deus: no Presbitério de Pemba; na atual equipa missionária: P. Manuel Faria, P. António Champoco, OFMCap., Fátima Castro e Joana Peixoto; nos pobres, nos doentes, nos deslocados do terrorismo (em três campos de reassentamento); nos Leigos(as), nas Pessoas consagradas, nas autoridades, nos irmãos e irmãs Muçulmanos e outros sem religião.

Num estilo sinodal samaritano de “hospital de campanha” experimentámos o essencial da alegria do Evangelho e reforçamos os laços da amizade e da fraternidade, sonhando a presença de uma comunidade religiosa feminina em Ócua com a construção de mais uma casa para as Religiosas e uma escolinha para as crianças até aos 5 anos. Assim poderemos dar uma maior estabilidade à missão pastoral. 

Na escuta sinodal registamos as reais preocupações e inquietudes das comunidades: a promoção da Mulher, a educação, a higiene, a saúde, o desenvolvimento integral e a formação inicial e permanente para a adultez da fé.

Esta boa prática de fraternidade e amizade não se limita a belas palavras, mas traduz-se em gestos de amor recíproco.

No processo único e irrepetível da JMJ muito gostaríamos de contar com dois jovens da Paróquia de Ócua em Braga e em Lisboa. Juntos, podemos realizar este sonho?!

Em Pemba, o Natal coincide com o tempo da sementeira. Deus faça frutificar o bem que ali se realiza com a partilha da nossa Arquidiocese. Os nossos donativos são um bem que está a fazer maior bem. Não nos cansemos de fazer o bem e, sobretudo de sermos bons.

Deus visita-te! Sê um bom anfitrião!

 

 † José Cordeiro, Arcebispo Primaz

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