Arquidiocese de Braga -
16 outubro 2008
Identidade da Universidade Católica

Fotografia
D. Jorge Ortiga
Abertura Solene
\nÁ luz da antropologia e moral cristã a Universidade Católica deve promover uma reflexão séria e profunda que permita:- Conhecer as circunstâncias especiais do tempo em que vivemos;
- Reconhecer e individualizar o impacto que os actuais modelos culturais exercem, favorecendo ou dificultando, a identidade e missão da Igreja;
- Elaborar pistas que orientem e facilitem a elaboração de projectos pastorais com orientações concretas;
Deste modo tornam-se lugares de produção e irradiação do pensamento católico e espaço suscitador dum diálogo sereno entre a razão e a fé. Aqui está o contributo imprescindível que a Universidade Católica presta ou deve prestar à acção evangelizadora da Igreja. No meio de culturas marcadas pelo secularismo, Cristo e a sua mensagem devem ser oferecidos. Daí que, com toda a clareza, importa que se veja que as acções da Universidade Católica se vinculam e harmonizam com a missão Evangelizadora da Igreja.
Com efeito, as Universidades Católicas, por causa das responsabilidades evangélicos devem desenvolver, sempre e dum modo inequívoco, a sua especificidade cristã. Aqui se deviam forjar pessoas com capacidade de juízo crítico para responder a tantas invectivas, algumas de exposição clara, outras misturadas para disfarçar o seu verdadeiro conteúdo.
Daqui deveriam surgir pessoas conscientes da sua dignidade transcendental e empenhar-se para que toda a pessoa humana possa usufruir da mesma dignidade. Isto significa que os valores éticos são transmitidos e o diálogo com o pluralismo cultural proporciona uma maior compreensão e proposta da fé ainda que os outros não a queiram assumir.
Por aquilo que diz respeito à teologia, a investigação e estudo deveria ajudar a fé a expressar-se em linguagem compreensiva para todos os homens. O mundo necessita de poder contar com pessoas que marcam as incidências humanas com a mensagem que se entende e divulga.
Parece-me que a Igreja Católica necessita de sentir as Universidades mais próximas de si, verificando a importância da sua presença e actuação na difusão da mensagem de Cristo.
A Palavra de Deus deve ser acolhida e compreendida. Não é tarefa fácil mas algo imprescindível para discernir o verdadeiro sentido da vida. Apelamos ao Povo de Deus que se deixe tomar pela Palavra. Só que outrora Filipe, apóstolo, encontra-se com um desconhecido mas curioso da Palavra que lia e não entendia. “Como poderei entender se não tenho ninguém que me explique?”
Eis outra dimensão da responsabilidade da Universidade: oferecer à Igreja pessoas que, nas mais variadas áreas do saber, sejam capazes de explicar o verdadeiro sentido da ciência que se entende à luz da Palavra.
Será ingenuidade esperar que, no meio de tantos alunos que frequentaram ou frequentam, alguns sejam “explicadores” da Palavra para bem do mundo e da Sociedade?
Deixo estas interpelações talvez inoportunas. Em tempo de perplexidade perante o futuro a Igreja deve aparecer como um sinal. O mundo evoluindo culturalmente, a eloquência deste sinal não passará, também, pela responsabilidade da Universidade Católica?
16-10-08
† Jorge Ortiga, A.P.
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