Arquidiocese de Braga -

22 novembro 2008

Movimentos e obras na vida da Arquidiocese

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D. Jorge Ortiga

\nNeste encontro Diocesano dos Movimentos e Obras, quero, antes de mais e acima de tudo, reconhecer que eles são para a Arquidiocese “um dom singular do Senhor e um recurso precioso para a vida da Igreja.”
Como dom de Deus são acolhidos e devem ser estimados por todos; como recurso para a vida da Igreja precisam de readquirir novo dinamismo e colocar-se ao serviço das comunidades paroquiais.
Recordo quanto o Concílio Vaticano II nos sugere: “Devem aceitar-se estes carismas com acção de graças e consolação, pois todos, desde os mais extraordinários aos mais simples e comuns, são perfeitamente acomodados e úteis às necessidades da Igreja” (L.G. 12).
Este reconhecer e acolher supõe que os movimentos se coloquem ao serviço da utilidade pública numa disponibilidade para responder às necessidades da Igreja presente na Diocese. A sua fecundidade, em termos de número e fidelidade ao carisma, depende da sua integração ordenada no dinamismo da Arquidiocese.
O dia de hoje deveria, pelas razões expostas, tornar-se um exame de consciência, iniciado aqui e continuada nas reuniões, sobre esta integração na comunidade diocesana.
O Bispo deve ir ao encontro desta vida associativa dos fiéis. Mas, por outro lado, importa que os Movimentos se encontrem com o Bispo não só para festas ou dias comemorativos mas para um diálogo de discernimento para que a sua acção eclesial seja e aconteça onde as necessidades são mais evidentes.
Esta integração não obscurece o carisma. Pelo contrário, torna-o mais resplandecente porque situado onde o princípio hierárquico considera mais oportuno. O nosso peregrinar pelas paróquias, e, Visitas Pastorais, mostra como alguns movimentos estão ausentes das paróquias ou não se integram na vida que elas organizam. São muitas as comunidades que não possuem nenhum movimento e em alguns centros deparamo-nos com experiências de todos ou quase todos.
Não sei se me é justo interpelar os Movimentos para que se situem em dois âmbitos de acção.
Em primeiro lugar - comunidades paroquiais fora dos centros urbanos. Pode parecer que não existem pessoas. Ali é que eles fazem falta. Mais ainda, a vivência do carisma em diversas comunidades – sempre no diálogo com os pastores – pode motivar para experiências inter-paroquiais ou de zona como algo que destrói o bairrismo exagerado e cria pontes entre as comunidades, para uma unidade visível e testemunhal.
Em segundo lugar - o trabalho com os não crentes ou aqueles que se afastaram da frequência religiosa como o terreno primordial e privilegiado. A nossa comunidade Arquidiocesana necessita desta dedicação e trabalho persistente.
Gostaria, ainda, de solicitar duas contribuições específicas nesta hora histórica do nosso peregrinar arquidiocesano.
1 – A nossa opção pela evangelização aposta no anúncio da Palavra. Os carismas são dotados duma capacidade peculiar nesta arte de comunicar. Se sentem a paixão pela formação, devem suscitar idêntica paixão nos outros e organizar momentos para esse efeito.
2 – A evangelização necessita de várias metodologias. Os movimentos possuem esta riqueza e variedade. È necessário que a cultivem e coloquem ao serviço das comunidades. Estas, regra geral, estão presas a métodos tradicionais de anúncio.
Necessitamos de novos métodos e com novo ardor para que o Evangelho chegue a todos. E isto não só nos centros urbanos. As paróquias mais longínquas esperam por experiências novas marcadas por uma sensibilidade ao antigo mas também por uma novidade criativa capaz de interpelar os mais novos.
É nesta criatividade que os movimentos exercem um trabalho de inequívoco valor.
Concluindo quero reafirmar quanto comuniquei.
- Estima e acolhimento de todos os movimentos e carismas.
- Integração na comunidade para um testemunho de unidade visível.
- Ir ao encontro de lugares onde não existe forma de vida associada dos leigos.
- Privilegiar o trabalho pastoral com os “afastados” da vida da Igreja.
- Mostrar criatividade na acção pastoral.
Por último, que a unidade, comunhão de diversos, seja o verdadeiro sinal da Igreja Arquidiocesana “para que o mundo acredite.”
Sameiro, 22-11-08
† D. Jorge Ortiga, A.P.