Arquidiocese de Braga -

2 julho 2018

Papa Francisco: “Temam o pecado, não a morte”.

Fotografia Catholic News Agency

Crux / DACS

Depois do Ângelus, Francisco falou sobre vários países que atravessam cenários de violência e conflito.

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Os católicos não têm motivos para temer a morte porque Cristo, o Senhor, tem poder sobre a morte; em vez disso, devem temer o pecado, que endurece e mata a alma, disse onte, Domingo, o Papa Francisco.

“Jesus é o Senhor e, antes dele, a morte física é como o sono: não há motivo para desesperar. Uma coisa diferente é a morte de que devemos ter medo: a do coração endurecido pelo mal! Dito isto, devemos ter medo! ”, disse ontem o Santo Padre. “É a morte do coração”.

“Mas até mesmo o pecado, ou mesmo o coração mumificado, nunca são a última palavra para Jesus, porque Ele trouxe-nos a infinita misericórdia do Pai”, continuou.
Francisco explicou que, mesmo em caso de queda, “a voz suave e forte de Jesus” a todos alcança.

“«Eu lhe digo: levante-se». É lindo ouvir essas palavras de Jesus dirigidas a cada um de nós: «Eu lhes digo: levante-se! Vá. Levante-se, seja corajoso, levante-se!»”.

Durante o discurso proferido no Angelus, o Santo Padre reflectiu sobre as palavras de Jesus retratadas no Evangelho de S. Marcos, que considera adaptarem-se perfeitamente ao mundo e às pessoas de hoje. Na passagem, Jesus faz duas curas milagrosas: a mulher com hemorragia e a filha mais nova de um oficial da sinagoga. Em ambos os casos, um centro único: a fé, apontou Bergoglio. “Eles mostram Jesus como a fonte da vida, como aquele que devolve a vida àqueles que confiam nele totalmente”, continuou.

“Quando Jesus e os discípulos estão a caminhar para a casa de Jairo e recebem a mensagem de que a menina já morreu, podemos imaginar a reação do pai. Mas Jesus diz-lhe: «Não tenha medo, só tenha fé!»”, apontou.

O Papa apelou ao esforço de todos os presentes para alcançarem essa fé através da aproximação de Jesus, algo a que todos, à semelhança da mulher com hemorragia, têm direito. Para ter acesso ao coração de Jesus, apenas um requisito se impõe: sentir a necessidade de cura e confiar a própria vida ao Senhor, explicou.

Depois do Angelus, Francisco falou sobre vários países que atravessam cenários de violência e conflito, como é o caso da Nicarágua. O Pontífice renovou as suas orações pelo povo da região, elogiando ao mesmo tempo os bispos nicaraguenses e as pessoas que trabalham para promover a mediação e o diálogo nacional.

O Papa disse ainda que a situação na Síria “continua séria”, especialmente na província de Daraa, onde a recente acção militar resultou em vários danos a escolas e hospitais, criando também milhares de novos refugiados.

Francisco também garantiu a suas oração pelos jovens que estão desaparecidos numa caverna subterrânea na Tailândia há mais de uma semana.

Apesar dos conflitos latentes, o Santo Padre também sublinhou que ainda existem boas notícias, como é o caso dos governos da Etiópia e Eritreia que, depois de vinte anos, voltaram a falar em conjunto sobre paz.

Francisco concluiu a sua intervenção falando da sua próxima visita à cidade italiana de Bari, onde, com líderes de igrejas cristãs e comunidades no Oriente Médio, terá um dia de oração e reflexão sobre a situação naquela região.

“Muitos dos nossos irmãos e irmãs na fé continuam a sofrer lá. Vamos implorar com uma só voz: «A paz esteja convosco». Peço a todos que acompanhem esta peregrinação de paz e união com a oração”, pediu.

 

Artigo de Hannah Brockhaus (Catholic News Agency),
publicado em Crux no dia 1 de Julho de 2018.
Tradução e adaptação de DACS.