Arquidiocese de Braga -

16 janeiro 2023

Arcebispo de Braga pede aos coordenadores que criem mais inter-relação e comunhão

Fotografia

Rita Cunha - DM

Iniciativa juntou coordenadores de vários pontos da Arquidiocese de Braga

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O Arcebispo de Braga exortou, este sábado, os coordenadores da Arquidiocese a criarem “mais inter-relação, mais comunhão”, o que significa “sabemos mais uns dos outros, se comunicarmos mais”. No fundo, aquilo a que na Igreja se dá o nome de comunhão, de participação, de missão. “Às vezes temos mais mundo na Igreja do que Igreja no mundo e depois não dá porque há conflito de interesses e o nosso interesse é o Evangelho”, vincou sábado, na celebração do Dia Arquidiocesano do Coordenador, que teve lugar no Espaço Vita.

Na sua intervenção, D. José Cordeiro defendeu que “precisamos de paróquias, no sentido de comunidade de comunidades, onde as pessoas, os grupos, as relações humanas e os passos de comunicação sejam importantes”.

Dirigindo-se aos muitos jovens presentes, os quais ocupam cargos de coordenação em vários pontos da Arquidiocese, desde grupos de jovens a coros e acólitos, entre outros, o Arcebispo de Braga lembrou que “Cristo é que é o centro e nós somos os pastores” e que “ser coordenador é sinal de ser responsável da missão”, sendo certo que “não fazemos todos a mesma coisa.” Tal implica “ser dócil ao Espírito Santo”, uma tarefa “muito difícil”, e ser simples. Aqui, deixou claro que “ser simples não é um ponto de partida, mas de chegada”.

Falando das comunidades, D. José Cordeiro destacou a importância de “nos sentirmos uns com os outros”.

 

Onde está Deus?

Em jeito de “provocação”, o Arcebispo de Braga citou Fernando Pessoa no “Livro do Desassossego”, no qual o autor questiona “onde está Deus mesmo que não exista?”. “Isto é o que muita gente se pergunta em momentos de doença, de morte, das problemáticas mais complexas da vida”, disse D. José Cordeiro, para de seguida dar a resposta: “Cristo está onde nós estamos e está no sofrimento”.

Voltando a citar Fernando Pessoa, que escreve “olha-se mas não se vê”, vincou que “nós muitas vezes olhamos mas só com os olhos do corpo e não enxergamos o suficiente porque só se vê bem com os olhos do coração”.

Na conferência, o Prelado falou ainda de Evangelização, que “quer dizer reconhecimento onde Deus habita». «Temos a capacidade de o reconhecer no rosto de um pobre, numa instituição, naqueles que nos falam. Deus manifesta-se onde, quando e como quer e não onde pensamos que deve ser porque se pudessemos apriosionavamos Deus e Deus não é refém da Igreja e dos Sacramentos”.

D. José Cordeiro deu igualmente nota que Deus está onde estamos porque somos criados à sua imagem e semelhança. E “sendo uns com os outros podemos contagiar mais e fazer com que mais se sintam à imagem e semelhança de Deus”. Segundo o Arcebispo de Braga, “esta é a grande mensagem que temos de transmitir uns aos outros”, a ideia de que “Cristo vive, quer-te vivo e, juntos, segui-Lo-emos com a felicidade do nosso coração e a inteireza da nossa vida”.

No fim da conferência, e respondendo às questões colocadas pelos jovens na plateia, D. José Cordeiro lembrou a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontece este ano em Lisboa, como “uma oportunidade única e irrepetível” e “não apenas um evento” para cumprir calendário, e enalteceu “todo o dinamismo que nos leva até lá e, sobretudo, a fazermos propostas ousadas”. Por isso, deve ser “levada a sério”.