Arquidiocese de Braga -
1 fevereiro 2024
FESTA(S) DA LUZ

Padre José Lima
Cada ano, por volta do dia 2 de fevereiro, quarenta dias depois do Natal, a Igreja convida a celebrar a Luz que veio e vem para todos os fiéis. No início de fevereiro revemos nossas aptidões para viver sob este signo, no dia em que recordamos a Apresentação do Menino Jesus no Templo (Lc 2, 22-24) e olhamos para Maria sua Mãe como Senhora da Apresentação. Na Catequese voltam-se as crianças para esta dimensão estruturante da vida cristã, a Luz. Não se trata apenas de olhar com nostalgia para algo que aconteceu há dois mil anos, mas pretende-se avivar em todos a Luz, como fundamento na vida quotidiana. Mais do que saudosistas somos protagonistas.
O menino Jesus é apresentado ao Senhor e sua mãe purificada, oferecendo um par de rolas e duas pombas (Lc 2, 24). Jesus é o Verbo de Deus e sua Mãe é a toda santa desde a sua conceção. Executando o que era normal, o Verbo de Deus feito homem renovava entre todos a Lei e fazia maravilhas entre todos os humanos. Sua mãe não precisava de purificação, mas, sujeitando-se, tornava-se a toda bela para todo o género humano. Está aberta a porta para todos, porta que abre um outro universo para todos, o universo do Reino de Deus.
A luz é elemento imprescindível para desenvolver os planos que todos acalentam: precisa-se dela para as diferentes atividades, para propor projetos, para escrever, ler e contar, para conduzir e estacionar, para comer e beber, para planear e para desenvolver. A luz é essencial para a vida humana que sem ela para constrangida. Não é uma opção passageira, mas elemento estruturante na experiência de todos.
Assim na vida cristã. Cristo é a luz verdadeira que veio ao mundo (Jo 1, 4), para que cada ser humano, homem ou mulher, viva permanentemente com Ele e Nele. Podem-se idealizar muitos projetos se se tem luz, podem-se levar por diante muitas ações benéficas com a Luz de Cristo. Cristo não aconteceu num naco da história, mas abriu toda a História a todas as possibilidades, embebeu-a totalmente para que os seres humanos não tropecem uns nos outros (Cfr 1 Jo 2, 10). Assim as criaturas descrevam itinerários nobres e honrados, não se sentem perdidas.
Como a luz, assim a Luz de Cristo, conduz cada ser humano por caminhos limpos, evitando caminhos viciados e evitando tropeços em lixos que se vão acumulando na vida. Os lixos mais díspares aparecem muito rapidamente, evitando situações menos tranquilizadoras, retirando os mais incríveis e desafiando cada um a endireitar-se por vias esclarecedoras, levando a percorrer estradas mais congruentes com a lucidez que o anima. Com a Luz, a limpeza está facilitada, o objetivo torna-se possível, o asseio e a beleza estão mais disponíveis. Com a luz, a vida é mais gratificante, o trabalho é menos desgastante, a convivência mais apetecida, a harmonia torna-se mais viável. Com esta Luz, o mundo está mais esclarecido e as curvas de cada história pessoal são mais transparentes e menos perigosas.
Andemos em pleno dia (Cfr Rm13,13)!
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