Arquidiocese de Braga -

22 janeiro 2024

Museu Pio XII “hospeda” os 54 padroeiros de Famalicão, termómetro da devoção popular

Fotografia Avelino Lima

Francisco de Assis - DM

Exposição “fé de barro” foi inaugurada este sábado e pode ser visitada até 6 de abril.

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O Museu Pio XII, em Braga, é, desde ontem e até ao dia 6 de abril, a casa dos 54 santos padroeiros do Arciprestado de Vila Nova de Famalicão. Na inauguração da exposição, denominada “Fé de Barro”, os responsáveis destacaram a dimensão artística e a dimensão religiosa, «termómetro da devoção popular» do povo famalicense.

Na cerimónia estiveram, entre outros responsáveis, o cónego José Paulo Abreu, diretor do Museu Pio XII; o padre Francisco Carreira, arcipreste de Famalicão; e Bruno Pereira da Silva, presidente da Fundação Castro Alves, cujos artesãos ofereceram as «mãos ágeis e firmes» para a criação dos 54 padroeiros das 54 paróquias de Famalicão.

De facto, depois de algum tempo em Famalicão, onde foi muito visitada e elogiada, a exposição “Fé de Barro” começou ontem uma viagem pelo país e que até pode atravessar as fronteiras. Pelo menos esta é a expetativa dos responsáveis.

Trata-se de uma exposição que mexe com todos os famalicenses. Afinal, nela estão todos os padroeiros. Ainda que haja repetição de padroeiro em mais do que uma paróquia, a imagem tem caraterísticas próprias, identificativas da paróquia.

O próprio presidente da Câmara de Famalicão, Mário Passos, vincou a relevância da mesma.

«Enquanto homem religioso que sou, reconheço que muita da nossa força comunitária está alicerçada num profundo sentimento religioso que nos alimenta a vida  e as nossas ações».

Em declarações ao Diário do Minho, o cónego José Paulo Abreu congratulou os artistas, o Arciprestado de Famalicão e a Fundação Castro Alves. 

Questionado sobre a “hospedagem” dos santos padroeiros de Famalicão, o cónego José Paulo Abreu fez questão de recordar que o Museu Pio XII é um museu diocesano, estando, por isso, aberto a todas as manifestações culturais das paróquias, confirmando a sua dimensão e vocação arquidiocesanas. 

Sobre a exposição em si, o diretor do Pio XII considera que representa «o termómetro da devoção das pessoas. Resulta de um grande engenho dos artesãos do barro que temos na Arquidiocese, e em que Famalicão e Barcelos são o expoente. Aos santos confiamos as paróquias e o povo», disse.

Nestes 54 padroeiros, o cónego José Paulo Abreu sublinhou a grande devoção a São Tiago, Nossa Senhora, a Cristo, aos Anjos, a Santa Marinha e a S. Martinho.

«É o pulsar da espiritualidade do nosso povo».

Por seu turno, o padre Francisco Carreira também enalteceu a importância da exposição, que mostra «a fé e a religiosidade do povo famalicense».

Reafirmou que, graças à mestria dos artesãos da Fundação Castro Alves, mesmo quando há duas paróquias com o mesmo padroeiro, há tonalidades e feições que distinguem um do outro. «É uma exposição que traz devoção aos santos padroeiros, através da arte, como forma de afirmação da cultura e tradição do povo famalicense», referiu o arcipreste de Famalicão.

Bruno Silva também se mostrou feliz com esta parceria e, para sublinhar a dimensão artística da Escola da Fundação Castro Alves, lembrou que, recentemente, o Papa Francisco foi presenteado com um presépio da Fundação Castro Alves, uma das “especialidades” da casa.

«Trata-se de uma coleção única, dada a simbiose entre a religião e a arte de moldar o barro, o que muito contribuiu para o enriquecimento cultural do nosso território», considera o presidente da Fundação Castro Alves.

Assim, os bracarenses, minhotos e os muitos turistas que por aqui andam têm oportunidade de conhecer os padroeiros das 54 paróquias do Arciprestado de Famalicão, sem saírem de Braga. E podem fazê-lo até ao dia 6 de abril, no Museu Pio XII, no Largo de Santiago, em Braga.