Arquidiocese de Braga -
29 janeiro 2024
Procissão de S. Vicente encerra romaria em ambiente de fé e sentido de comunidade
DM - Carla Esteves
A Romaria em Honra do Mártir São Vicente viveu, este domingo um dos seus momentos mais simbólicos com a realização da Procissão em devoção ao padroeiro.
Com devoção, centenas de pessoas assistiram à saída dos seis andores que constituíram o cortejo religioso, que percorreu a pé algumas das principais ruas da freguesia, integrando, os tradicionais anjinhos, os membros da Rusga de S. Vicente, o pálio e uma forte participação comunitária por parte de instituições civis e religiosas.
O pároco da freguesia, padre Rui Sousa, salientou «a enorme alegria com que a Paróquia e a Irmandade de S. Vicente organizam, mais um ano, as festas do padroeiro, de portas abertas à comunidade».
«Queremos não só manter as tradições com as solenidades do nosso padroeiro, mas também dignificá-las com a participação de todos e valorizá-las no processo de renovação espiritual e pastoral que está já a acontecer na nossa paróquia», afirmou o pároco de S. Vi-
cente, vincando que se trata de «uma manifestação de fé, onde é bem demonstrada a vitalidade da paróquia».
Realçando o espírito comunitário das festividades, o padre Rui Sousa afirmou que todos os organismos que fazem parte e dão vida à paróquia foram convidados a participar e responderam de forma efusiva com a sua participação, desde catequistas a escuteiros, passando pela Legião de Maria, a Liga Eucarística, a Irmandade das Almas, a Irmandade de S. Vicente, o conselho económico e a direção do Patronato de Nossa Senhora da Luz e a Rusga de S. Vicente, entre outros. Da parte civil marcaram também presença, entre outras personalidades, o vereador do Município de Braga, João Rodrigues, o presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente, Daniel Pinto e o presidente da Assembleia Municipal de S. Vicente, António Silva.
A presidente da Irmandade de S. Vicente, Angelina Pinto, realçou o aumento do número de andores que o cortejo integrou este ano, num total de seis magnificamente adornados, que abrilhantaram a procissão. Além do padroeiro S. Vicente, o cortejo contou, pela primeira vez, com a imagem de Nossa Senhora do Sameiro, transportada pelos irmãos da Confraria do Sameiro, o andor de S. José, o de S. Bentinho, e o de S. João Baptista, padroeiro da Rusga de S. Vicente. Marcou também presença o andor de S. Sebastião de S. Mamede d’ Es-
te, transportado pela Comissão de Festas.
Destaque também para a participação dos elementos da Associação de Motards Bracara Augusta, que movidos pela fé, transportaram alguns dos andores, e para o facto do percurso ter sido ajustado novamente de forma a passar em frente à igreja do Carmo, onde as portas estiveram abertas para saúdar o cortejo e os sinos tocaram em sua saudação.
Igreja paroquial de S. Vicente renovada recebeu procissão e aguarda mais intervenções
A magnífica procissão de S. Vicente teve este ano uma simbologia ainda mais especial por se realizar no ano em que a igreja paroquial reabriu ao público após uma intervenção que obrigou ao encerramento, durante cerca de meio ano, para requalificar sobretudo a cobertura, o pavimento, a abóbada e portas do templo.
O pároco de S. Vicente recorda que a intervenção realizada decorreu da candidatura ao Norte 2020 e do esforço de muitos vicentinos e da realização de várias iniciativas da Irmandade de S. Vicente e dos grupos da paróquia que se uniram com esta finalidade.
«Por questões de “timing”, uma vez que fomos repescados em março de 2023, não conseguimos avançar com todos os projetos que estavam dentro dessa candidatura e como tal estamos também já a perspetivar a candidatura ao Norte 2030 e esperamos ser contemplados, abrindo a possibilidade para a intervenção que não foi feita ainda e que é necessária, e onde continuaremos a renovar o nosso património», esclareceu.
A presidente da Irmandade de S. Vicente, Angelina Pinto, acrescentou que da primeira fase das obras resta ainda pagar parte das intervenções que não foram contempladas pelo programa, mas que pela sua importância tiveram que ser realizadas. Prosseguem, por isso, iniciativas várias de angariação de fundos, como a venda de Licor de S. Vicente e moletinhos oferecidos por 11 pastelarias da cidade, que ontem decorreu no adro da igreja paroquial, e cuja receita servirá para suportar essas despesas extra.
Em representação do Município de Braga, o vereador João Rodrigues elogiou a mobilização de uma comunidade em torno destas festividades, concretizando momentos que na atualidade são menos frequentes no centro da cidade.
«A festa de S. Vicente já se prolonga, na prática, há mais de uma semana e envolve muitas pessoas, quer do ponto de vista da organização, quer de quem usufrui e assiste», afirmou, vincando que para o Município é sempre uma satisfação participar e estar perto da população e individualmente integrar momentos únicos da cidade».
No arranque das festividades também o presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente, Daniel Pinto, vincara a importância deste envolvimento da comunidade na vida ativa da freguesia e da paróquia e apelara à participação de todos nestas festividades, de maneira a zelar pela transmissão das tradições. O apelo foi bem acolhido pela população que marcou presença em força na procissão.
«Este é o momento do Santo sair da igreja, percorrer as ruas de S. Vicente e ser venerado pelos vicentinos», afirmou Daniel Pinto.
Uma das provas desta participação comunitária massiva foi a presença das entidadas civis e religiosas da freguesia, incluindo a Associação de Motards Bracara Augusta.
O presidente da associação, Hugo Silva, afirmou que «é um orgulho participar e poder pedir proteção a S. Vicente e S. Rafael, protetor dos motards».
«A nossa fé move montanhas e este ano decidimos que tínhamos que participar neste evento religioso na freguesia que nos acolheu», disse.
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