1. Desde outubro de 2017 que a província de Cabo Delgado, que corresponde territorialmente à Diocese de Pemba, em Moçambique, se encontra debaixo de um conflito armado que se tem prolongado até aos dias de hoje. Calcula-se que já tenham morrido mais de cinco mil pessoas e mais de um milhão foram forçadas a fugir da violência e do pânico causado pelos insurgentes.

2. Depois de um período de aparente acalmia, desde o início do ano que estas ocorrências têm aumentado. Os ataques e o receio de ataques por parte de grupos armados verificaram-se sobretudo em Ocua, Mazeze e Chiúre-Velho, no distrito de Chiúre. O pânico levou a que as pessoas abandonassem as suas casas e fugissem para a vila de Chiúre (cerca de 30.ooo pessoas) ou para Erati – principalmente para a vila de Namapa, na vizinha província de Nampula (cerca de 45.000 pessoas) (dados da OIM). Os números apontam para que 60% destas pessoas sejam crianças.

A população fugiu destes ataques terroristas sem bens, sem dinheiro, a pé, muitos sem saber para onde e sem qualquer apoio à chegada. Isso fez com que as vilas de Namapa e do Chiúre ficassem sobrecarregadas. As escolas foram ocupadas e há casas nas vilas-sede com mais de cinco famílias.

Os mecanismos de resposta humanitária foram ativados, mas face a tão grande deslocação de pessoas, é impossível uma resposta rápida e eficaz, que resolva a necessidade imediata de alimentar este número de pessoas.

3. D. António Juliasse Sandramo, Bispo da Diocese de Pemba, descreve rostos “atónitos, tristes”, de pessoas em “desespero”. “Carregam alguma trouxa na cabeça ou na única bicicleta familiar. É tudo o que agora lhes resta. Certamente não tarda que chegue a fome, a sede e as doenças” a estas pessoas assustadas e que fogem em busca de um local um pouco mais seguro para ficarem.

As palavras de D. Juliasse são um grito de alerta para que o mundo se consciencialize de que Cabo Delgado está a viver mesmo uma urgência humanitária.

4. No passado domingo, após a oração do Angelus, o Papa Francisco voltou a falar da violência terrorista no norte de Moçambique.

5. Apelamos à generosidade reforçada de todos, neste contributo penitencial, que parte já estava destinado à Diocese e Pemba, que também servirá, no imediato e no futuro, para fazer face às necessidades destas pessoas.

6. Quem desejar partilhar algum bem com o projeto pode fazê-lo quer através de transferência bancária (Fundação Centro Missionário - FCM, IBAN: PT50 0018 0003 54849674020 75, Banco Santander Totta) ou entrando em contato com o CMAB ([email protected]).