Arquidiocese de Braga -

22 outubro 2013

ARQUIDIOCESE CELEBRA PADROEIRO PRINCIPAL

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Departamento Arquidiocesano de Comunicação Social

Hoje, dia 22 de outubro, assinala-se a solenidade de São Martinho de Dume, padroeiro principal da Arquidiocese e um dos mais ilustres prelados que passou pela cadeira primacial bracarense.

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Hoje, dia 22 de outubro, assinala-se a solenidade de São Martinho de Dume, padroeiro principal da Arquidiocese e um dos mais ilustres prelados que passou pela cadeira primacial bracarense. 

S. Martinho de Dume era proveniente da Panónia, província romana situada no território da atual Hungria, tendo nascido presumivelmente em 520, foi bispo de Dume, onde fundou um mosteiro, sendo mais tarde (569) elevado a bispo metropolita de Braga, dotado de influência sobre todas as dioceses da província da Galécia.

Martinho era um homem de uma eloquência e sabedoria elevada e por isso proferia discursos e pregações excecionais. Em tempos de heresias, conseguiu, segundo se diz, converter o rei suevo Teodomiro, cuja corte se situava em Braga, ao cristianismo e, desta forma, converteu todo o Reino. Este prelado impulsionou a realização de dois concílios em Braga – em 561 e 572 – tendo efetuado a ordenação do território “Parochiale Suevorum” e a difusão do cristianismo frente às crenças pagãs de raiz pré-românica.
Nos primeiros séculos, foi tarefa primordial do cristianismo a purificação das inúmeras superstições e costumes pagãos que continuavam a vigorar nos povos já convertidos à fé em Cristo. A tentativa de conjugar estes ritos com a nova fé era muito frequente. Martinho, na sua missão de bispo metropolita cujo domínio superava largamente o da sua diocese, enfrentou como principal desafio depurar esta fé vivida debaixo de influências pagãs.  O cristianismo tentava, então, apagar os vestígios de rituais e superstições herdadas da ocupação romana.
De entre as suas obras, saliente-se o “De correctione rusticorum”, que traduzido significa “Correcção dos erros dos rústicos”. Os rústicos eram aqueles povos rurais que permaneciam apegados às velhas superstições do paganismo. Os ídolos, os demónios, o culto das forças da natureza, o hábito de dar aos dias da semana o nome de deuses da mitologia greco-latina, as práticas divinatórias, as superstições como o celebrar o dia do rato e das traças, são criticados por não serem consentâneos com o estatuto de um verdadeiro cristão.
Ao que se supõe, Martinho fundou o mais antigo mosteiro (cenóbio) existente em território português, situado em Dume, nos arredores de Braga.
Morreu em 579, deixando como legado uma diocese organizada e tendencialmente cristianizada, face à ameaça do arianismo. Foi declarado padroeiro principal da Arquidiocese de Braga, celebrando-se a sua festa litúrgica no dia 22 de outubro. 

Para assinalar devidamente esta festa litúrgica, que deve ser assinalada em todo o território arquidiocesano, o Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, preside a uma celebração na Sé Primaz.