Arquidiocese de Braga -

31 março 2014

SEMANA BÍBLICA DE BARCELOS COM PRESENÇA DE D. ANTÓNIO COUTO

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«Deus sabe as nossas necessidades e vem sempre em nossa ajuda. Este é o retrato mais importante que vem em toda a Bíblia», afirmou, na noite da passada quarta-feira, no auditório municipal de Barcelos, D. António Couto, numa conferência intitulada “Um Deu

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«Deus sabe as nossas necessidades e vem sempre em nossa ajuda. Este é o retrato mais importante que vem em toda a Bíblia», afirmou, na noite da passada quarta-feira, no auditório municipal de Barcelos, D. António Couto, numa conferência intitulada “Um Deus que vê, ouve, conhece e desce” e integrada na quinta semana bíbica em Barcelos, que começou no passado domingo e se prolonga até depois de amanhã, sob o tema “Que rosto de Deus para este mundo (ricos/pobres?”.

O bispo de Lamego comentava a passagem de Ex 2, 23-25 («Então Deus ouviu o seu lamento, e Deus recordou-se da sua aliança com Abraão, com Isaac e com Jacob. Deus viu os filhos de Israel, e Deus sabe»), afirmando que «esta é uma página sublime em que Deus se revela como compassivo e intervém na nossa história gratuitamente; tudo o que acontece  e vai acontecer é pura obra do amor de Deus».

«O Deus que vem de fora e de além de mim debruça-se sobre o desvalor, pura bondade e gratuitidade. Deus sabe de nós e isto faz toda a diferença», afirmou o prelado, comentando o facto de Caim não saber do seu irmão Abel, os israelitas não saberem de Deus e Pedro não saber de Jesus, negando-O.

Ainda a respeito da expressão “Deus sabe” e comentando a passagem de Dt 4, 37-40, o biblista disse que «Deus sabe de mim. Então eu tenho de saber de ti, de nós e de Deus», acrescentando que, «todos os dias, nós somos recebedores da graça de Deus» e que «o texto fala de uma hetero-libertação, para nos dizer que não fomos nós que nos libertámos, mas fomos libertados».

Cometando a passagem que inspirou o título da sua conferência (Ex 3, 7-8.10), o ex-bispo auxiliar de Braga afirmou que «Deus viu a opressão do seu povo, ouviu o seu grito diante dos seus opressores,conhece os seus sofrimentos e desce a libertar o povo da mão dos egípcios».

«Esta é uma estrada de longo percurso que vai até Cristo. Deus é santo porque é separado de Si mesmo, que vem ter com as pessoas. Assim, os santos são aqueles que saem de si mesmos e vão ao encontro dos irmãos, como S. Francisco de Assis ou Madre Teresa de Calcutá», acrescentou.

D. António Couto afirmou, então, que «o que nos compete a nós é corresponder a esta santidade, não se agarrar a si, mas sair de si. Deus não responde a alguma coisa nem a qualquer coisa, mas responde sempre a alguém, como a Moisés, que tem de sair de si para ir ter com o faraó».

«Deus vem ao encontro do nosso desvalor. Para a sabedoria bíblica, a medida de todas as coisas é o agir gratuitamente do Deus santo. A resposta de Deus, hoje, somos nós, santificados e livres», disse o bispo de Lamego, ao concluir a sua conferência.

DM, 29 de Março de 2014