Arquidiocese de Braga -

O Arcebispo de Braga pediu, ontem, às conferências vicentinas que se estruturem e organizem de forma a darem resposta de «qualidade» a quem mais precisa de ajuda, dentro daquilo que é a regra da Sociedade São Vicente de Paulo.

«Procurai renovar, trabalhar com mais qualidade dando resposta às causas dos verdadeiros problemas com autenticidade e verdade. Sejamos protagonistas da caridade», desafiou.

D. Jorge Ortiga deixou este apelo na Eucaristia que antecedeu a Assembleia Geral do Conselho Central de Braga da Sociedade São Vicente de Paulo (vulgarmente designada de Vicentinos), sessão na qual tomou posse a nova direção da Zona de Braga.

Citando o Papa Francisco, o prelado disse que é «necessário cuidar das fragilidades», convidando os Vicentinos irem ao encontro das «realidades novas» (pobreza envergonhada, escondida), não se comprometendo só no «fazer atividade», mas «integrar-se na nova etapa evangelizadora».

«Há muitas e novas formas de pobreza. É a fome, o vestir, o não ter dinheiro para a água, a luz, medicamentos. Mas são também os sem-abrigo, os desempregados, os toxicodepndentes, os doentes, os idosos, os abandonados, os dependentes do álcool e do jogo, as mulheres violentadas com maus tratos», lembrou.

Em relação à chaga do desemprego, D. Jorge não acredita que ele esteja a diminuir. «Há menos desemprego, porque há mais emigrantes. Os dados das estatísticas iludem», disse.

Nas palavras que proferiu na homilia, na Basílica dos Congregados, o prelado pediu ainda aos membros dos Conselhos de S. Vicente de Paulo e aos fiéis em geral que ousem propor o projeto Vicentino a novos voluntários, envolvendo amigos, conhecidos e não conhecidos nesta causa em favor dos que mais necessitam.

Segundo o Arcebispo de Braga, é preciso também «dar vida» a novas conferências vicentinas ou grupos de Ação Social paroquial ou inter-paroquial e agir em «rede cristã» para não multiplicar as estruturas dentro das mesmas paróquias.

No próximo ano, a Arquidiocese irá viver o Ano Social e um dos principais desafios é ter em todas as paróquias pelo menos um grupo de ação caritativa. O objetivo é que as conferências vicentinas cresçam em número e em qualidade.

Nesta celebração, D. Jorge exortou ainda os Vicentinos a incentivarem os grupos paroquiais já existentes a viver a caridade e a preservarem a matriz cristã. 

Na Arquidiocese de Braga estão ativos, nesta altura, cerca de 80 grupos Vicentinos. Segundo o presidente do Conselho Central de Braga da Sociedade São Vicente de Paulo, António Rodrigues, o movimento está a crecer, graças à renovação que está a ser feita quer nas conferências vicentinas, quer também nas estruturas da hierarquia.

A Sociedade São Vicente de Paulo não está representada ainda nos Arciprestados de Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto, mas o  Conselho Central, garantiu o responsável pelas conferências vicentinas da Arquidiocese, está a trabalhar para que «dentro de pouco tempo» haja conferências ou grupos organizados em todos os Arciprestados.

Direção quer revitalizar conferências de Braga

Na sessão de tomada de posse da direção do conselho de zona de Braga da Sociedade São Vicente de Paulo, o novo presidente anunciou que pretende «revitalizar as conferências vicentinas de Braga, sem nunca esquecer a experiência e os princípios católicos que regem a Sociedade São Vicente de Paulo».

«Cada conferência tem uma maneira diferente de trabalhar, mas vamos neste novo ciclo de vida das nossas conferências uniformizar a forma de atuar no terreno para termos uma perceção mais próxima da realidade, para que este apoio seja mais efetivo e por conseguinte mais abrangente, para fazer face ao aumento de famílias com carências», disse António Pereira Barbosa.

Neste «momento de mudança» no conselho de zona de Braga, o responsável agraciou o trabalho da direção cessante e disse que espera o apoio dos colegas, confrades de todas as conferências existentes e das novas a instlar, como é o caso da conferência da paróquia de Palmeira.

A nova direção, eleita para o triénio 2014-2016, é composta por António Barbosa Pereira (presidente), Luís Ribeiro Marques (vice-presidente), Joana Carvalho (secretária), Maria José Rocha (tesoureira) e Maria José Saraiva (tesoureira adjunta).