Arquidiocese de Braga -

A paróquia de Gualtar, em Braga, viveu a festa dedicada a S. Brás que, segundo os responsáveis, ainda guarda a sua genuinidade e autenticidade.

O presidente da Irmandade de S. Brás e S. Miguel, organização religiosa cujos primeiros estatutos datam de 1694, não tem dúvidas que em Gualtar vivem-se estas festas com originalidade, vindo muitos romeiros de fora da freguesia.

Fernando Freitas salienta que nestes dias de festa, que terminam esta segunda-feira, dia de S. Brás, são muitas as pessoas que rumam a Gualtar para agradecer uma graça recebida ou para pedir a intercessão para algum mal relacionado com a garganta. «Mesmo que esteja a chover, no S. Brás de Gualtar há sempre festa», garante.

Aqui, a romaria é essencialmente religiosa e a animação cultural que surge no programa é feita com pessoas e grupos da freguesia que participam de forma gratuita e generosa.

«A romaria de S. Brás foi sempre assim. A única coisa que nesta romaria deixou de existir foi a banda de música», afirma o presidente da Irmandade Fernando Freitas 
sublinha que, em termos financeiros, esta é uma romaria cujos custos são suportados com as esmolas que os romeiros deixam e com o precioso apoio da Junta de Freguesia de Gualtar.

Para o presidente da Junta, a romaria de S. Brás tem muita tradição, está enraizada, atraindo sempre muitas pessoas que, todos os anos, fazem questão de estarem presentes e «nunca falham». «A romaria de S. Brás traz a Gualtar muita gente de todas as áreas do concelho, e mesmo fora do concelho. Nós temos pessoas que, nesta altura do S. Brás vêm propositadamente do estrangeiro», salienta João Vieira. O autarca realça ainda o facto desta festa, promovida pela paróquia e pela Irmandade, envolver os grupos da freguesia. João Vieira reconhece o esforço de todos na concretização desta romaria, garantindo que esta festa merece ser apoiada pela Junta.

S. Brás continua a ser rosto luminoso que motiva

O pároco de Gualtar sublinhou a coincidência da Eucaristia Solene em honra de S. Brás coincidir com a Celebração da Apresentação de Jesus no Templo, a grande celebração da luz.

«Eu penso que em S. Brás temos o exemplo das pessoas que encontraram em Cristo a Luz da sua vida, e que se tornaram, e são ainda hoje, rostos luminosos e vidas luminosas que nos motivam também na vida da fé» disse o cónego Avelino Amorim. Para o sacerdote, se o exemplo de S. Brás se tem perdurado no tempo até aos nossos dias, «é porque os valores e as virtudes que ele procurou viver também nós podemos viver e valores no nosso contexto de hoje». «Não, certamente, copiando da mesma forma exterior, mas encontrando hoje no nosso contexto de vida estes valores», acrescentou. 

O pároco de Gualtar diz não ter dúvidas que S. Brás, no seu tempo, foi um peregrino de esperança. «Em tudo o que ele fez na sua vida, desde médico, até depois sendo escolhido como o responsável da comunidade como bispo, em tudo ele procurou ter sempre uma atitude e uma palavra de esperança. E continua ainda hoje a ser para nós isso mesmo. É pela sua intercessão que as pessoas hoje continuam a encontrar a esperança a invocar a esperança para a sua vida», disse. 

As festas de S. Brás em Gualtar termina esta segunda-feira, com Eucaristia às 10h00 e animação à tarde.