Arquidiocese de Braga -
17 abril 2025
Arcebispo Primaz de Braga Celebra Missa com Reclusos no Estabelecimento Prisional de Braga

Na passada quarta-feira, dia 16 de abril, o Arcebispo Primaz de Braga, D. José Cordeiro, celebrou a Eucaristia no Estabelecimento Prisional de Braga, numa visita marcada pela proximidade humana, cuidado pastoral e profunda esperança cristã. Acompanhado pelo Padre João Torres, assistente espiritual e religioso da comunidade prisional, e pelo Diácono Manuel Rodrigues, colaborador da Pastoral Penitenciária, D. José foi calorosamente acolhido pelo Diretor do Estabelecimento, adjunta e pelo Chefe do Corpo da Guarda Prisional.
A celebração decorreu num contentor do Estabelecimento Prisional, com a participação atenta e emocionada de um grupo alargado de reclusos, alguns dos quais colaboraram ativamente como sacristão e leitores. Também estiveram presentes guardas prisionais, testemunhando a importância de momentos como este no processo de humanização, reconciliação e reconstrução interior.
Durante a homilia, D. José Cordeiro dirigiu palavras de conforto, esperança e fé à comunidade prisional. “É um privilégio, como bispo desta diocese, estar hoje convosco, na véspera do Tríduo Pascal, para rezarmos pelas vossas famílias e pelo vosso futuro. Quero dizer-vos com toda a verdade: Deus não se esqueceu de vós. Ele vos vê, vos ama, e a Sua misericórdia é também para cada um de vós.”
O Arcebispo não escondeu a emoção ao sublinhar que, mesmo nos contextos de maior sofrimento e isolamento, cada pessoa conserva uma dignidade inabalável. “Às vezes sentimos que somos os esquecidos do mundo, que ninguém nos conhece, ninguém nos ama, ninguém se importa connosco. Sentimo-nos descartados. Mas estou aqui para vos dizer que cada um de vós é importante. Sois importantes para mim, sois importantes para Deus, e não estais esquecidos.”
Inspirando-se no exemplo do Papa Francisco, que anunciou recentemente a abertura simbólica da Porta Santa do Jubileu 2025 na prisão de Rebibbia (Itália), D. José partilhou:
“O Papa quis oferecer aos reclusos um sinal concreto de proximidade, para que seja para eles um símbolo que os convida a olhar o futuro com esperança e com um renovado compromisso de vida. A esperança nunca desilude. O coração aberto faz a fraternidade. O coração fechado, duro, não ajuda a viver.”
O ambiente de recolhimento e comunhão foi intensificado pelas leituras feitas por reclusos e pelo gesto simbólico de bênção final, em que todos foram convidados a permanecer de pé como expressão de dignidade e vontade de recomeçar.
No final da celebração, vários reclusos dirigiram-se espontaneamente ao Arcebispo para expressar a sua gratidão e emoção. “Foi uma honra incrível tê-lo aqui connosco”, afirmou um dos participantes.
Esta visita insere-se na missão da Arquidiocese de Braga de manter viva a Pastoral Penitenciária, levando aos mais esquecidos da sociedade a luz do Evangelho, a proximidade da Igreja e a certeza de que todos são chamados a um caminho de renovação interior, esperança e paz.
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