Arquidiocese de Braga -
3 julho 2025
Livros de espiritualidade mística e conferência sobre esperança enriqueceram noite no Pio XII

DM - Francisco de Assis
O Museu Pio XII, em Braga viveu, ontem, uma grande jornada cultural, de espiritualidade mas também de convivência cristã.
A conferência “A Esperança, um «verbo» que desvela o Céu”, com Eugénia Maria da Silva Abrantes; e o lançamento do Tomo I, volume I, da “História Global de Espiritualidade e Mística em Portugal” e do “Dicionário Global de Espiritualidade e Mística”, versão online, mostraram que a espiritualidade mística bem como a esperança, são fundamentais para o equilíbrio físico e mental do ser humano, para além da serem o cerne da fé cristã num «futuro glorioso».
O projeto teve coordenação científica do IEAC-GO e apoio da Conferência Episcopal Portuguesa. Daí a presença, também do padre Manuel Barbosa, secretário da CEP.
A condução da sessão esteve a cargo de Paula Oliveira.
O evento começou precisamente com a conferência “A Esperança, um «verbo» que desvela o Céu”.
Nela, Eugénia Abrantes desenvolveu os seguintes temas: “Esperança, verbo de uma condição humana”, “A Teologia paulina da esperança”; “Esperança é um amor que espera e que pretende” , “A esperança na mística de São Francisco de Sales”; e “Esperança: a SERenidade presente diante do futuro glorioso, o gozo do assombro da presença de Deus”.
Uma conferência que prendeu a atenção dos presentes, que mostram vontade de ter o texto completo, para o “saborear” melhor e refletir sobre ele.
Sobre a teologia paulina da esperança, a conferencista referiu que S. Paulo fala 36 vezes da esperança nas suas cartas, sendo que Cristo ressuscitado é o Centro da Esperança cristã.
Eugénia Abrantes apresentou um estudo realizado na China, que mostra que a esperança tem impacto físico e psicológico no ser humano, com implicações neurológicas significativas, pois afeta a atividade cerebral.
Enfatiza que a perda da esperança traduz-se em múltiplas consequência nefastas para o indivíduo e para a comunidade. E dá exemplos como suicídio, incapacidade de imaginar o sentido a vida, vivência de sentimentos de raiva, desespero, frustração, atrofia cerebral, entre outras.
Livros deixam uma «rica herança» de espiritualidade e exemplos de santidade
Depois do jantar para convivência e troca de impressões, os participantes da sessão regressaram o salão nobre do Museu Pio XII para a segunda parte da sessão, que consistiu no lançamento do Tomo I, volume I, da “História Global de Espiritualidade e Mística em Portugal”, pelo cónego José Paulo Abreu, diretor do Museu Pio XII; do “Dicionário Global de Espiritualidade e Mística”, versão online, este apresentado por Manuel Joaquim Gomes Barbosa e Manuel Pedreiro.
Na sua apresentação, o cónego José Paulo Abreu abordou a importância das publicações, sobretudo porque nos últimos tempos parece haver um despertar para a importância da espiritualidade e da mística por parte das diversas áreas científicas.
«A obra que aqui inauguramos – História Global da Espiritualidade e da Mística em Portugal, pretende dar a conhecer, pela primeira vez, o fenómeno global destes dinamismos de procura, analisando vários períodos».
O apresentador fez uma “viagem” por diversos
santos e místicos, muitos deles da Arquidiocese de Braga.
O cónego José Paulo Abreu considera que estas publicações representam uma «rica herança» para todos os interessados nestes fenómenos, que acaba por ser todos.
Afinal, «o infinito é o nosso destino: reclama-nos, chama-nos, sublima-nos e faz-nos sermos da grandeza que merecemos».
Por seu turno, D. José Cordeiro, Arcebispo de Braga, que também participou nesta jornada de espiritualidade e de esperança, considera que obra «é importante, é necessária, é bem-vinda», disse, enfatizando que, antes de mais, a santidade, a relação com Cristo, o encontro com Cristo mas não se improvisa.
É a partir do que outros já vivenciaram mas toca-nos a nós agora neste tempo, não para imitar porque cada um é único diante de Deus e criado à sua imagem e semelhança. Mas para confrontar e para consolidar os caminhos espirituais e místicos».
O prelado sublinhou a importância destas obras lançadas em pleno Ano Jubilar, assumindo um significado especial para Braga, pelo rasto de santidade e de mística que deixam.
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