Arquidiocese de Braga -

7 julho 2025

Mundo precisa dos jovens que dão tudo pela construção de um bem maior

Fotografia Avelino Lima

Joaquim Martins Fernandes - DM

Arcebispo Metropolita de Braga, D. José Cordeiro, convidou os jovens a arregaçar as mangas e a serem portadores da paz

O Arcebispo Metropolita de Braga desafiou ontem os jovens da Arquidiocese a não se negarem a nenhum esforço que concorra para a construção de um mundo melhor. D. José Cordeiro deixou claro que vivemos num tempo em que a juventude não se pode conformar com a ideia de esperar por uma melhor preparação, alertando que este é o tempo de «arregaçar as mangas» e construir «um bem maior». Mas também advertiu que não precisamos de jovens que «falam alto» através das redes sociais, mas que sejam «portadores da paz».

«Lembram-se do que o Papa Francisco nos disse na JMJ de Lisboa em 2023? “Levantem-se! Não tenham medo! Levantem-se depressa!” Essa foi a grande convocatória para arriscar como peregrinos de esperança», recordou D. José Cordeiro, na homilia da eucaristia de encerramento do “Dia Arquidiocesano dos Jovens” e “5.º Encontro Arquidiocesano de Acólitos”, que decorreu na cidade de Guimarães.

O Prelado bracarense sublinhou que o desafio lançado em 2023 pelo Papa Francisco aos jovens de todo o mundo que se concentraram no Parque das Nações não é «para ficarmos presos à memória de uma experiência intensa, mas para fazermos dela o motor de uma vida inteira com Deus», até porque «essa mesma voz volta a chamar por nós» e «não chama para ficarmos de braços cruzados».

D. José Cordeiro deixou claro que no repto com que confronta os jovens com a construção de um mundo melhor, Deus «não promete segurança nem fama», antes confronta cada um com a missão de humanizar um mundo em que domina a lei do mais forte,  pelo que cada jovem é um enviado «sem bolsa, sem sandálias» e como «cordeiros no meio de lobos».

«[Deus] dá-nos uma missão: sermos jovens com coragem, que não ficam à espera de sinais espetaculares para começar, mas que arregaçam as mangas e partem com o que têm», destacou o Arcebispo Metropolita de Braga, para vincar que a recompensa que pode esperar quem aceita ser mensageiro «não é a glória do conforto, mas a glória do amor que se dá».

Lembrando que «o elemento essencial da missão é a oração, porque a missão, antes de tudo, é um ato de fé», D. José  Cordeiro desafiou: «E por isso, arregacem as mangas! O mundo precisa de jovens que não tenham medo de sujar as mãos por um bem maior, por uma fé verdadeira, por um amor que não é só palavra, mas vida concreta». Focando a reflexão na missão concreta que se apresenta a cada jovem, o Arcebispo Metropolita de Braga fez saber que reside e «ser portador de paz». É que «num mundo cheio de ruído – redes sociais, comparações, ansiedade, correria, guerras – a nossa presença pode ser de paz» e «este é o sonho de Deus» para cada um. Trata-se de uma paz que não se limita à «ausência de conflito», mas que se concretiza pela «presença do consolo», através de «uma palavra certa», de «uma escuta verdadeira» e de «um abraço que não julga».

«Não é preciso gritar para evangelizar. Às vezes, basta estar. Basta escutar. Basta amar», continuou
D. José Cordeiro, recordando as palavras do Papa Leão XIV para sublinhar que «O mundo não precisa de jovens que falem alto. Precisa de jovens que tragam paz».

Na reflexão partilhada com os jovens e os acólitos da Arquidiocese, o Arcebispo Metropolita de Braga avisou que, enquanto cristãos, são também «chamados a ser peregrinos em todos os contextos da vossa vida», numa caminhada em que «seremos verdadeiramente cristãos que arriscam a vida para serem peregrinos da Esperança que é Jesus!».

«Saímos de nossas casas, das nossas comunidades de fé, de cada um dos nossos treze Arciprestados, para rumarmos à cidade de Guimarães, como peregrinos, deste Dia Arquidiocesano dos Jovens e Encontro Arquidiocesano dos Acólitos, porque caminhamos todos juntos. E muitos de nós ainda prosseguiremos este caminho até Roma, celebrando o Jubileu dos Jovens», continuou D. José Cordeiro, destacando que «a juventude é terra fértil» em que quem «planta esperança» irá «colher alegria». Apontando à caminhada jubilar que os jovens da Arquidiocese de Braga vão fazer a Roma, o Arcebispo Metropolitano de Braga vincou que «o mais importante é perceber que não vamos como turistas da fé», mas «como enviados», «como discípulos missionários», «como trabalhadores da seara».

«Contamos com o vosso entusiasmo para uma pastoral juvenil que seja de sementeira de futuro na nossa Arquidiocese. O Jubileu não é um objetivo a cumprir, muito menos um evento para o teu “curriculum espiritual”, é uma experiência de envio, com um único propósito: Ser mais de Deus», resumiu D. José Cordeiro, repetindo o desafio: «Por isso, levantem-se. Arregacem as mangas. Levem paz. Façam nascer o Reino. E com alegria no coração e os pés prontos para caminhar».

 

Juventude chamada à grande renovação da Igreja de Braga

O Arcebispo Metropolita de Braga, D. José Cordeiro, e os dois Bispos Auxiliares, D. Delfim Gomes e D. Nélio Pereira Pita, participaram ontem na celebração do Dia Arquidiocesano dos Jovens e no 5.º Encontro Arquidiocesano de Acólitos, que decorreram ao longo do dia de ontem em Guimarães. Na breve cerimónia de receção aos jovens dos 14 Arciprestados de Braga, D. José Cordeiro revelou que a presença dos três maiores responsáveis da Arquidiocese tinha um propósito bem definido. «Estão aqui os três bispos para dizer que os jovens têm de ser levados a sério», afirmou o Arcebispo Metropolita de Braga.

A importância da juventude para a Igreja bracarense foi também sublinhada em declarações ao Diário do Minho, à margem do encontro que juntou na “cidade-berço” várias centenas de jovens, num dia em que se multiplicaram as realizações que envolveram a juventude da Diocese.      

«Este encontro arquidiocesano, juntamente com o encontro dos acólitos, constitui um marco  importante no processo sinodal que queremos continuar a fazer com os jovens. Não apenas na preparação para o jubileu dos jovens em Roma – e temos essa boa notícia de 1100 jovens inscritos da nossa Arquidiocese –, mas porque queremos levar os jovens a sério. Por isso mesmo é que hoje estamos aqui, os três bispos, como esse sinal marcante neste acompanhamento que juntos queremos fazer nas paróquias, nos arciprestados, nos movimentos e nos grupos», destacou o Prelado.

Para D. José Cordeiro, a Igreja de Braga sabe que tem «um enorme potencial», não só nos mais de 4000 jovens que já foram e/ou estão a ser crismados, mas também nos 14 mil escuteiros que animam a Arquidiocese.

«Essa é uma dimensão da pastoral que nos merece todo o acompanhamento e cuidado, juntamente com as famílias, não descurando nenhuma das dimensões, nem nenhuma das pessoas que peregrinam aqui na Arquidiocese de Braga», sublinhou, acrescentado que «arriscar, esperançar com os jovens é para nós um desafio permanente». O líder da Igreja de Braga dei-
xou claro que «os jovens devem ser escutados e acompanhados» no processo da «grande renovação na Igreja em Braga». D. José deu nota de que «já muitos sinais acontecem», como revela a «adesão que muitos fazem, por exemplo, às propostas de adoração eucarística, a algu-
mas propostas espirituais, às peregrinações que espontaneamente organizam a Santiago de Compostela ou a vários santuá-
rios da nossa arquidio-
cese».