Arquidiocese de Braga -

24 novembro 2025

D. José Cordeiro apela ao compromisso no serviço pelo bem comum

Fotografia Avelino Lima

 DM - Jorge Oliveira

Peregrinação de Vieira do Minho marca conclusão das peregrinações jubilares dos 13 Arciprestados à Sé de Braga

A Arquidiocese de Braga concluiu ontem, domingo da Solenidade de Cristo Rei, as peregrinações jubilares dos 13 arciprestados à Sé Primacial com um apelo do Arcebispo Metropolita; D. José Cordeiro, à renovação do compromisso pelo bem comum e pela dignidade da pessoa humana.

Na peregrinação jubilar do arciprestado de Vieira do Minho, que juntou cerca de 700 peregrinos, D. José desafiou cada peregrino a reordenar a sua vida, a recomeçar e a «renovar o coração nos valores do Evangelho».

«Que a nossa vida aqui e no regresso a vossas casas seja uma bênção e que renove em nós esta atitude do serviço a Deus, aos outros, ao bem comum, à dignidade da pessoa humana», afirmou.

D. José Cordeiro recordou também o pedido que o Papa fez ontem a toda a Igreja, e de modo especial aos jovens, para que sejam testemunhas credíveis do Evangelho.

«Cultivemos essa amizade com Jesus pelos sacramentos, domingo após domingo, Páscoa após Páscoa, para que cada um de nós possa ser um verdadeiro artesão de paz, de amor, de fraternidade e de humanidade», exortou na homilia.

Peregrinações levaram 20 mil fiéis à Sé

Com a peregrinação de ontem do Arciprestado de Vieira do Minho, ficaram concluídas as peregrinações jubilares desde que a 29 de dezembro de 2024 a Arquidiocese abriu, na Catedral, o Ano Santo Jubilar.

Segundo o arcebispo, cerca de 20 mil pessoas participaram nestes peregrinações, além de muitos outros fiéis que se deslocaram à Igreja Mãe da Arquidiocese individualmente ou em família.

Para D. José Cordeiro, o balanço é «muito significativo» e revelador do interesse suscitado pelo Jubileu 2025.

«A maioria das pessoas veio pela primeira vez à Sé Primaz. Já só por isso valia a pena a nossa peregrinação, mas tem muito mais alcance do que este. Olhar esta Sé Primaz, dedicada há 936 anos, a mais antiga de Portugal, como a Igreja Mãe de todas as igrejas que peregrinam nesta Arquidiocese, nas 551 paróquias e nos agora 13 arciprestados», sublinhou o prelado.

O encerramento do Ano Santo Jubilar na Arquidiocese de Braga será no dia 28 de dezembro, festa da Sagrada Família, e contará com a participação de 13 coros – um por arciprestado – num «tom festivo», indicou.

Na homilia, o Arcebispo refletiu sobre o sentido da peregrinação, referindo que tem um «alcance maior» quando acontece em comunidade e em Ano Santo.

A solenidade de Cristo Rei, celebrada no último domingo do ano litúrgico, serviu de enquadramento à reflexão do Arcebispo, que destacou a natureza paradoxal da realeza de Cristo: «A realeza de Cristo não é de poder, de domínio, riqueza ou fama, mas de amor, verdade, liberdade e doação inteira da vida», explicou.

Apontando a cruz como «máximo sinal de amor, da doação inteira», D. José denunciou as tentações de individualismo. «Salva-te a ti mesmo, governa-te a ti mesmo, olha por ti os outros que se arranjem. Estas tentações aparecem a todos. Mas sabemos que sozinhos não somos pessoas, sozinhos não somos cristãos; somos com os outros e uns ao lado dos outros».

Jovens, uma presença viva e ativa na Igreja 

No dia em que a Igreja celebrou também o Dia Mundial da Juventude – instituído por São João Paulo II em 1985 – o Arcebispo de Braga  destacou a importância dos 

jovens para a vida da Igreja e enalteceu a presença de muitas crianças e jovens provenientes do Arciprestado de Vieira, particularmente escuteiros.

Para D. José, os mais novos «não são apenas o amanhã, são o agora da Igreja», são «pertença ativa e criativa na Igreja» que «peregrina na Arquidiocese de Braga», a qual celebra este dia anualmente no primeiro sábado de julho.

Arcipreste deseja que Jubileu «revigore» comunidades

A peregrinação jubilar do Arciprestado de Vieira do Minho iniciou-se na igreja de São Paulo com uma oração e a entoação do Hino do Jubileu, a que se seguiu a procissão até à Sé Catedral, debaixo de chuva, o que não impediu a participação numerosa de fiéis de Vieira do Minho.

O Arcipreste de Vieira do Minho, o padre Albano Jorge da Costa, agradeceu «de coração» a presença de todos os peregrinos, bem como a do Arcebispo de Braga e das demais autoridades eclesiásticas e civis.

O sacerdote sublinhou que esta peregrinação foi um «sinal claro de fé e desejo de conversão», refletindo a «vitalidade» das comunidades vieirenses.

Numa mensagem de esperança, o padre Albano da Costa expressou o desejo de que este ano jubilar «revigore e aumente a fé» nas comunidades, no caminho para o próximo grande jubileu, em 2033, quando a Igreja celebrará os dois mil anos da Ressurreição de Jesus – um acontecimento «muito importante, que convoca a levar a Jesus a todos».

O sacerdote manifestou a sua alegria pela forte adesão de peregrinos de Vieira do Minho a este «dia de festa, em «comunhão com a Arquidiocese de Braga na Igreja Mãe», a Sé Primacial.

«Somos o Arciprestado com menos gente, mas, graças a Deus, as pessoas aderiram, os párocos trabalharam e prepararam bem esta peregrinação que aconteceu num domingo importante para a Igreja, a solenidade de Cristo Rei e Dia Mundial dos Jovens», salientou, destacando a presença de um número considerável de jovens e de escuteiros.

A Eucaristia na Sé foi celebrada em sufrágio pelos Arcebispos falecidos, pelos sacerdotes naturais de Vieira já falecidos, pelos párocos que serviram no Arciprestado e por todo o Povo de Deus que caminha em Vieira do Minho.

A celebração foi solenizada pelo Grupo Coral do Divino Salvador de Rossas, dirigido por Catarina Bouças e composto na sua maioria por jovens, alguns deles instrumentistas.

O Município de Vieira do Minho esteve representado pelo presidente da Câmara Municipal, Filipe Oliveira, pelo presidente da Assembleia Municipal, António Lobo Gonçalves, e os vereadores Pedro Pires e Ana Ribeiro.