Arquidiocese de Braga -

4 julho 2016

Refugiados e migrantes alvo de homicídios e abusos sexuais

Fotografia AP

As revelações foram feitas pela Amnistia Internacional, com base na recolha de 90 testemunhos.

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A Amnistia Internacional (AI) denuncia relatos de abusos cometidos nas rotas de tráfico de pessoas que passam pela Líbia, em direcção à Europa, com registo de episódios de tortura, violência sexual e homicídios.

A denúncia resulta da recolha de testemunhos de 90 refugiados e migrantes nos centros de acolhimento de Itália. Os testemunhos apontam actos de violência sexual, homicídios, tortura e perseguições religiosas, cometidos por traficantes de seres humanos e grupos criminosos organizados, no caminho percorrido desde a Líbia até ao Sul de Itália.

“Desde sequestros, encarceramentos subterrâneos durante meses e abusos sexuais perpetrados por membros de grupos armados, até espancamentos e exploração às mãos dos traficantes de seres humanos, as pessoas refugiadas e migrantes descreveram com escabroso detalhe os horrores que tiveram que suportar na Líbia”, explicou a directora adjunta do Programa para o Médio Oriente e Norte de África da AI, Magdalena Mughrabi, em declarações citadas pela página “Fátima Missionária”.

Grande parte dos entrevistados confessou ter sido vítima de tráfico, muitos deles capturados por traficantes ou vendidos a grupos criminosos. Algumas das vítimas revelam ter assistido a homicídios de migrantes, levados a cabo por traficantes, e presenciado situações em que as pessoas morreram por ausência de assistência, na sequência de doenças ou maus-tratos.

Um dos testemunhos, de um jovem de 18 anos, oriundo da Somália, dá conta de uma verdadeira “luta” aquando da chegada à Líbia. “É então que começam a agredir-te”, explica.

Magdalena Mughrabi sublinha o facto de a comunidade internacional não estar a esforçar-se o suficiente para garantir que as pessoas não necessitem de fugir para a Líbia.

“A União Europeia e os governos de todo o mundo deviam aumentar o número de vagas de recolocação e de autorizações humanitárias para pessoas vulneráveis, que têm poucas perspetivas nos países vizinhos, para onde fugiram em primeiro lugar”, declarou.



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