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O português Carlos Almeida, coordenador da acção da HELPO em Moçambique, afirmou que, um ano depois da passagem do ciclone Idai, a situação em Moçambique é “muito preocupante”.
“As pessoas nestas zonas rurais estão realmente a passar mal, com muitas dificuldades, e vão conseguindo sobreviver, nem digo viver”, disse em entrevista à Rádio Renascença e à Agência Ecclesia.
Antigo professor, Carlos Almeida está desde 2010 em Moçambique, onde é o coordenador nacional da HELPO, uma organização não-governamental para o desenvolvimento que nasceu em 2008 com o objectivo de apadrinhar crianças à distância sem as tirar do seu contexto, mas foi crescendo e acabou por ir para o terreno.
“Para quem conhece Moçambique e os moçambicanos, as pessoas em primeiro lugar estão muito felizes por estarem vivas e continuam com um sorriso nos lábios e a enfrentar o dia-a-dia sempre com uma enorme capacidade de resiliência. Teríamos muito a aprender se conseguíssemos interiorizar aquela força que os faz ser assim”, observa.
O responsável adverte, no entanto, que “as pessoas estão realmente a passar muito mal”. “Neste momento as coisas não estão muito boas, e prevê-se que o ano 2020 seja um ano muito complicado”, acrescenta.
“Passado praticamente um ano, falamos com essas mesmas pessoas que nos dizem que as crianças ainda acordam durante a noite a chorar e a dizer que querem ajuda. Há muitos traumas que não se vão apagar de um dia para o outro”, aponta Carlos Almeida.
P. Paulo Alexandre Terroso Silva
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