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Carlos Nuno Salgado Vaz | 26 Jun 2016
A alegria do amor – 10
Encontrar uma nova maneira de ser filho.
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Na última parte do capítulo V, o Papa Francisco aborda a vida da família em sentido amplo e alargado onde estão: os pais, os filhos, os primos e até os vizinhos.

Uma descoberta que devemos agradecer cada dia é que o dom da vida é o primeiro presente que recebemos. Todos somos filhos, e isto recorda-nos que não fomos nós que nos demos a vida, mas a recebemos. Por isso o honrar os pais é mandamento tão importante, pois que uma «sociedade de filhos que não honram os pais é uma sociedade sem honra... É uma sociedade destinada a encher-se de jovens áridos e ávidos» (números 187, 188 e 189).

«O matrimónio desafia a que cada cônjuge descubra uma nova maneira de ser filho», isto é, que não esconda do outro aquilo que realmente é, mas se abra na confiança, para que possa realmente haver verdadeira dádiva» (190).

Os idosos

Na família têm também o seu lugar os idosos. Muitas vezes, aliás, são eles «que asseguram a transmissão dos grandes valores aos seus netos», incluindo a iniciação na vida cristã.

«As suas palavras, as suas carícias ou a simples presença ajudam as crianças a reconhecer que a história não começa com elas, que são herdeiras dum longo caminho e que é necessário respeitar o fundamento que as precede. Uma civilização só irá para a frente se souber respeitar a sabedoria dos idosos» (192).

Aliás, «a falta de memória histórica é um defeito grave da nossa sociedade. É a mentalidade imatura do 'já está ultrapassado'. Conhecer e ser capaz de tomar posição perante os acontecimentos passados é a única possibilidade de construir um futuro que tenha sentido. Não se pode educar sem memória... Uma família que não respeita nem cuida dos seus avós, que são a sua memória viva, é uma família desintegrada; mas uma família que recorda é uma família com futuro» (193).

A fraternidade

É a família que realmente introduz a fraternidade no mundo, pois é a partir da primeira experiência de fraternidade na família, alimentada pelos afetos e pela educação familiar, que o estilo de fraternidade irradia como «uma promessa sobre a sociedade inteira» (194).

Francisco insiste: «Faz falta reconhecer que 'ter um irmão, uma irmã que te ama é uma experiência forte, inestimável, insubstituível', mas é preciso ensinar, com paciência, os filhos a tratarem-se como irmãos. É uma aprendizagem por vezes fadigosa», mas é uma verdadeira escola de sociabilidade (195).

Esta sociabilidade deve levar-nos a integrar cada vez mais na família os amigos e as famílias amigas, e até as comunidades de famílias que se apoiam mutuamente nas suas dificuldades, no seu compromisso social e na fé (196).

A família em sentido amplo

É a esta família entendida em sentido amplo e alargado que se pede e espera que saiba acolher com amor as mães solteiras, as crianças sem pais, as mulheres abandonadas que devem continuar a educação dos seus filhos, «as pessoas deficientes que requerem muito carinho e proximidade, os jovens que lutam contra uma dependência, as pessoas solteiras, separadas ou viúvas que sofrem a solidão, os idosos e os doentes que não recebem o apoio dos seus filhos, até incluir no seio dela 'mesmo os mais desastrados nos comportamentos da sua vida'. E pode também ajudar a compensar a fragilidade dos pais, ou a descobrir e denunciar a tempo possíveis situações de violência ou mesmo de abuso sofridas pelas crianças, dando-lhes um amor sadio e um sustentáculo familiar, quando os seus pais o não podem assegurar» (197).

Por fim, convida Francisco a que se não esqueça que «nesta família alargada, estão também o sogro, a sogra e todos os parentes do cônjuge. Uma delicadeza própria do amor é evitar vê-los como concorrentes, como pessoas perigosas, como invasores. A união conjugal exige que se respeitem as suas tradições e costumes, se procure compreender a sua linguagem, evitar maledicências, cuidar deles e integrá-los dalguma forma no próprio coração, embora se deva preservar a legítima autonomia e a intimidade do casal». Estas atitudes, aliás, são também uma excelente maneira de exprimir a generosidade da dedicação amorosa ao próprio cônjuge (198).

Numa linguagem de profundo afeto e empatia, Francisco deixa aqui enormes desafios às famílias, ciente de que é na medida em que vivem a sério o conceito alargado de família que melhor preservam a intimidade e felicidade do casal, e contribuem para a verdadeira sociabilidade.

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