Arquidiocese de Braga -
4 maio 2025
Encontro das Cruzes prova que “seguir atrás da Cruz é caminhar na Esperança”

DM - Diana Carvalho e Rui de Lemos
O Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, convidou, os cristãos que participaram na Missa Solene da Festa das Cruzes a serem “peregrinos do mundo levando a esperança aos que mais dela precisam”. D. José Cordeiro apontou que no mundo de hoje “ainda há muitos crucificados: 'doentes, pobres, refugiados, marginalizados, pessoas exploradas e escravizadas por outros sem escrúpulos”. “Jesus Cristo está onde estão essas pessoas” afirmou, sublinhando que “honrar a cruz de Cristo” é “caminhar pela via da humildade, ser bom e ser testemunho de esperança”.
A Missa Solene estreou também um novo e exclusivo programa litúrgico próprio. A celebração religiosa passa a ter um guião único para valorizar ainda mais a vertente religiosa da festa da Invenção da Santa Cruz.
Apesar de a Igreja Católica ter celebrado ontem, nos altares do mundo, a festa e memória dos apóstolos São Filipe e São Tiago, a Missa Solene da Festa das Cruzes de Barcelos, que sempre se realiza no Templo do Senhor Bom Jesus da Cruz, teve um programa litúrgico e pastoral único e exclusivo. “Aqui, em Barcelos, na linha da antiguidade da Igreja, sempre mantivemos este dia 3 de maio associado à festa da Invenção da Santa Cruz, que era celebrado antes da reforma litúrgica, mas que há 60 anos passou para o dia 14 de setembro. Agora, estreamos uma nova configuração litúrgica que elaboramos conjuntamente com o pároco e reitor deste lugar e a Irmandade”, explicou ao “DM” o Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro.
A estreia do programa litúrgico exclusivo da Missa Solene da Festa das Cruzes de Barcelos foi sublinhada e valorizada pelo Arcebispo de Braga na sua homilia e traduz-se em “leituras próprias, orações próprias, cânticos e tudo aquilo que integra a eucaristia”. “Toda esta Festa das Cruzes é única e original, mostrando que toda a nossa glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, congregando todo um arciprestado e tão grande como o de Barcelos. É esta força e este caminho que queremos continuar a percorrer juntos”, valorizou e apontou D. José Cordeiro, sublinhando o desejo de contribuir para “valorizar ainda mais toda a singularidade religiosa” da primeira grande romaria do Minho.
Grandiosa Procissão da Invenção da Santa Cruz resistiu à chuva e saiu à rua
A chuva e vento fortes que se fizeram sentir na tarde de ontem não foram suficientes para impedir que milhares de pessoas saíssem às principais ruas de Barcelos para a Grandiosa Procissão da Invenção da Santa Cruz, inserida das celebrações da Festa das Cruzes 2025.
Por mais um ano, a procissão, que é o ponto alto da Festa das Cruzes, reuniu as 89 cruzes das paróquias do Arciprestado de Barcelos. Como é tradição, e apesar do ligeiro atraso, saiu da Igreja da Matriz e, mesmo de baixo de chuva muitas vezes forte, percorreu algumas ruas do centro histórico, terminando no Templo do Senhor Bom Jesus da Cruz.
A manifestação religiosa voltou a contar com a participação de associações locais, os Bombeiros Voluntários de Barcelinhos, os escuteiros e entidades políticas.
A Grandiosa Procissão da Invenção da Santa Cruz fez também este ano uma homenagem ao Papa Francisco, no dia em que se completava uma semana do dia do funeral do Santo Padre. Quatro jovens barcelenses envergaram as cores do Jubileu 2025 e peregrinaram com uma faixa com a imagem do Papa Francisco e os seus lemas «Todos, todos, todos» e «Caminhemos juntos na Esperança».
À chegada ao Templo do Senhor Bom Jesus da Cruz, o Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, que presidiu à cerimónia, recordou também a memória do Papa Francisco, sublinhando que «seguirmos atrás da Cruz é caminharmos na Esperança».
«Nós aqui mantemos este sinal eloquente e é de um arrepio positivo passar no meio destas 89 cruzes ao chegar aqui a este lugar santo. E ao contemplá-las, nós nos sentimos levados pela cruz», refletiu ainda D. José Cordeiro.
O prelado bracarense aludiu ainda a uma mensagem cantada por um grupo de romeiros - «ainda que as velas se apaguem, nós voltamos a acendê-las» - para destacar que o papel destas procissões é exatamente ajudar a “reacender a chama da Esperança”. “Muitas vezes, parece que esta chama da Esperança se apaga pelas contrariedades da vida, por tantas coisas que acontecem em nós e à nossa volta. Mas é preciso que tenhamos essa coragem e a confiança de reacender a Esperança em nós e à nossa volta” acrescentou o Arcebispo de Braga.
D. José Cordeiro aproveitou também o momento, antes da bênção de encerramento da procissão, para deixar uma mensagem para o Dia da Mãe, que se comemora hoje, dia 4 de maio. “No título de Santa Maria Maior, queremos dizer tudo, que ela é a maior das peregrinas, a maior das mães, a mãe de todas as mães. Que esta benção também faça elevar o nosso coração, fazendo memória das nossas mães”, concluiu.
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