Arquidiocese de Braga -

17 setembro 2025

O apelo de Leão XIV para o respeito pelo direito internacional humanitário em Gaza

Fotografia Mohammed Ibrahim / Unsplash

Vatican News

No final da Audiência Geral, o Papa renovou o seu apelo a um cessar-fogo, à libertação dos reféns, a uma solução diplomática negociada e ao pleno respeito pelo direito internacional humanitário

No final da Audiência Geral desta quarta-feira, 17, Leão XIV manifestou a sua "proximidade ao povo palestiniano em Gaza, que continua a viver no medo e a sobreviver em condições inaceitáveis", forçado a deslocar-se, mais uma vez, das suas terras. As palavras do Pontífice foram recebidas com aplausos pelos fiéis na Praça de São Pedro:

Expresso a minha profunda proximidade ao povo palestiniano em Gaza, que continua a viver no medo e a sobreviver em condições inaceitáveis, obrigado pela força a deslocar-se — mais uma vez — das próprias terras. Perante o Senhor Todo-Poderoso, que ordenou "Não matarás", e à luz de toda a história humana, cada pessoa tem sempre uma dignidade inviolável, a respeitar e a proteger. Renovo o meu apelo a um cessar-fogo, à libertação dos reféns, a uma solução diplomática negociada e ao pleno respeito pelo direito internacional humanitário. Convido todos a unirem-se à minha premente oração, para que em breve possa despontar um amanhecer de paz e justiça.

Ontem à noite, à saída de Castel Gandolfo para regressar ao Vaticano, o Papa tinha confirmado aos jornalistas que o aguardavam em frente à Villa Barberini que tinha falado telefonicamente com a comunidade de Gaza, manifestando a sua preocupação: “Muitos não têm para onde ir e isso é preocupante. Também falei com os nossos lá, com o pároco. Por enquanto, querem ficar, ainda resistem, mas é preciso mesmo procurar outra solução.”

De facto, durante a noite entre segunda-feira, 15 de Setembro, e terça-feira, 16 de Setembro, o exército israelita lançou uma invasão maciça da Cidade de Gaza com aviões, drones, mísseis e helicópteros. "Esta operação é apenas o início", explicaram os responsáveis ​​militares israelitas. Tanques e forças especiais avançaram diretamente para o centro da cidade, onde se acredita que muitos dos reféns estejam escondidos".

Os mortos são já mais de uma centena, enquanto 370 mil palestinianos estão em fuga. No meio de um cenário apocalíptico, o porta-voz do exército israelita, Avichay Adraee, anunciou aos residentes da Cidade de Gaza a abertura de uma "rota de trânsito temporária" para o sul da Faixa de Gaza, face ao avanço do exército israelita. Numa publicação no X, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmou em árabe que o trânsito pela Rua Salah al-Din será possível a partir das 12h de hoje até às 12h de sexta-feira, 19 de setembro. Até à data, os residentes da Cidade de Gaza abandonaram a cidade pela estrada costeira, enquanto a Rua Salah al-Din é uma artéria interna da Faixa.