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António Guterres alertou esta semana o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para o aumento rápido do número de pessoas em risco de morrer de fome em 2020 e sublinhou que os mecanismos internacionais para a gestão de conflitos estão num “ponto de ruptura”.
O secretário-geral da ONU apoiou-se em dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) para chamar a atenção para um grande aumento do número de pessoas em risco de morrer à fome. O organismo calcula que os efeitos da pandemia podem acrescentar entre 83 a 132 milhões de pessoas ao número total de pessoas sub-nutridas.
Os números de pessoas com fome e em insegurança alimentar severa já estavam a subir nos últimos anos. Em 2019, 750 milhões estavam estavam expostos a níveis severos de insegurança alimentar. A FAO avisa que o mundo se está a desviar do objectivo de acabar com a fome em 2030 e que o número de pessoas com fome pode ultrapassar os 840 milhões no final desta década.
O português descreveu os conflitos que ajudam a agravar a situação como “mais complexos”, acrescentando que estes são alimentados por “uma maior regionalização, proliferação de grupos armados não-estatais e ligações com interesses criminosos e extremistas”.
António Guterres lembrou que, actualmente, uma em cada cinco pessoas no Médio Oriente e no Norte da África vive perto de um grande conflito. Na sua intervenção, o líder da ONU disse ainda que apesar da prevenção e a construção da paz salvarem vidas e serem eficazes em termos de custos, a “comunidade internacional continua a investir menos do que deveria nessas áreas”.
O ano passado, pela primeira vez neste milénio, a pobreza extrema aumentou. A participação das mulheres na força de trabalho, um factor considerado chave por Guterres para o crescimento inclusivo, “retrocedeu em décadas”, e a contracção económica em ambientes frágeis e afectados por conflitos deverão lançar mais 18 a 27 milhões de pessoas na pobreza.
A análise do Banco Mundial mostra que a covid-19 empurrou 88 milhões de pessoas para a pobreza extrema em 2020, para mais de 700 milhões de pessoas – uma estimativa conservadora que, no pior dos cenários, poderá chegar aos 115 milhões. As previsões para 2020 projectavam que mais de 28 milhões de pessoas saíssem dessa situação.
Também os custos dos cuidados de saúde empurram pessoas para a pobreza extrema. Mesmo antes da crise, pessoas em países em desenvolvimento pagaram mais de 500 mil biliões de dólares pelos seus cuidados de saúde. Isto causa dificuldades financeiras a mais de 900 milhões e empurra 90 milhões de pessoas para a pobreza extrema todos os anos – uma dinâmica certamente exarcebada pela pandemia, mas sobre a qual o Banco Mundial ainda não tem dados de 2020.
Tal como a saúde, o ensino afecta os números da pobreza, de forma mais indirecta e prolongada no tempo. Mas já antes da pandemia o mundo enfrentava uma crise no ensino, com 53% das crianças em países de salários baixos incapazes de ler um texto básico no fim da escola primária. O encerramento de escolas por causa da pandemia aumenta este risco.
No início do impacto da pandemia, no final de Março de 2020, cerca de 1.500 milhões de alunos estavam fora da escola, causando problemas a curto prazo na aprendizagem e a longo prazo nas oportunidades económicas para esta geração – que poderá perder, em rendimentos, uns estimados 10 mil biliões de dólares acumulados.
P. Paulo Alexandre Terroso Silva
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