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18 Jul 2021
Carta aberta
Carta aberta do P. Manuel Torre aos cristãos da Arquidiocese de Braga
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Excelência Reverendíssima, Sr. D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz;
Excelência Reverendíssima, Sr. D. Nuno Almeida, Bispo Auxiliar;
Sr. Cón. Vítor Novais, Vigário Episcopal do Clero;
Sr. Pe. José António, arcipreste de Fafe e moderador da minha vida presbiteral;
Sr. Pe. Vítor Araújo, irmão no sacerdócio;
Todos os Irmãos no sacerdócio do arciprestado de Fafe e da nossa igreja diocesana;

Caríssimos, prezados e amados paroquianos e amigos

 

Paz e Bem! A graça de Nosso Senhor Jesus, o amor do Pai e comunhão do Espírito Santo estejam sempre convosco! 

É com a bela e densa saudação paulina que principio esta missiva, na certeza de que a comunhão é o nosso maior bem, enquanto Igreja (diocesana) que somos! É, pois a partir da graça, do amor e da comunhão do nosso Deus, uno e trino, que é perfeita sintonia e comunhão, de três pessoas distintas numa só natureza, que se funda e alicerça o laço inquebrantável que, desde o dia do nosso batismo, enquanto corpo místico de Cristo, formamos e somos! 

Como curador ferido que sou (Henri Nouwen), consagrei-me a Cristo, por inteiro e sem reservas, no dia da minha ordenação presbiteral, configurando-me com Cristo, sumo e eterno sacerdote, procurando que o meu coração seja semelhante ao d’Ele, para apascentar o rebanho que me foi confiado, amando-o com o amor que d’Ele recebo. Vivo apaixonado por Cristo, pelo ministério sacerdotal, pela Igreja e pelos meus paroquianos!!! Prefiro morrer amando a viver sem Amor, que é o próprio Deus (S. João)!  

Foi de coração sincero que me dediquei às paróquias que me foram confiadas. Sim é verdade, ao mesmo tempo que me fui enamorando pelas minhas paróquias e amando cada paroquiano com todo o meu ser, foi diminuindo a minha saúde. Em algum momento pedi para sair, todavia, alertaram-me para esta situação e aconselharam-me a tratar da saúde.  

A perspetiva de ter de interromper o trabalho pastoral abalou-me, revoltou-me, e senti-me julgado injustamente em notícias e conversas não condizentes com a verdade. Os meus paroquianos são bem testemunhas da minha dedicação e entrega sacerdotal. Só estou a receber o pouco que lhes dei e o que lhes dei nem é meu, é de Deus! 

Esta situação, envolta num desgaste emocional atroz, levou-me a pronunciar palavras e até acusações não evangélicas nem de um homem de Deus. Ao Rev. Sr. Pe. José António Carneiro e ao Rev. Sr. Pe. Vítor Araújo, em particular, peço perdão do que disse. Estendo o meu pedido formal de pedido de desculpas ao Sr. Arcebispo, ao Sr. Bispo auxiliar, ao Sr. Vigário Episcopal do Clero e colegas sacerdotes de Fafe. 

Posto isto, para mim é mais ou menos claro, após um tempo de discernimento e de diálogo com o Sr. Arcebispo, com o Sr. Bispo auxiliar e o Sr. Vigário Episcopal do Clero e, sobretudo, compreendendo que é Vontade Deus (na fidelidade à voz da Igreja), de que preciso de interromper o trabalho pastoral paroquial para poder recuperar a saúde. Assim, acontecerá a partir de setembro próximo e espero que não por muito tempo. Até lá continuarei a servir as paróquias que me estão confiadas.   

Segundo o que me disseram, caríssimos, prezados e amados paroquianos e amigos, por parte do Sr. Arcebispo, na presença do clero do arciprestado de Fafe, ficarei suspenso como administrador paroquial, e, se a saúde o permitir, voltarei para junto de vós. Será enviado para o nosso meio, um sacerdote religioso, num processo de incardinação na nossa diocese (passar a ser diocesano) para nos ajudar e celebrar a fé connosco, a partir de agosto e até ao meu regresso! Eu estarei até ao fim de agosto.  

Estarei presente dada a necessidade de estar nas comunidades durante este mês que bem sabemos ser o mais forte do ano. Peço, encarecidamente, que colaborem o mais possível com o sacerdote (que desconheço) que aceitar esta missão das mãos do Senhor Arcebispo, na certeza de que, independentemente do ministro, é Cristo quem lá está! A este colega, desde já endereço a certeza da minha solicitude, oração, gratidão e comunhão. 

Na comunhão e unidade que é o nosso próprio Deus, principiei esta minha comunicação na certeza de que só juntos somos Igreja. Uma Igreja visível na pessoa dos nossos pastores a quem teremos de ouvir e rezar por eles.

Procuremos ser Igreja sinodal, que ouve todas as partes, todas as sensibilidades, e caminha para curar e sarar as feridas (samaritana), com caridade e verdade!   

 

Na certeza da comunhão me despeço,

Cordialmente,

 

Pe. Manuel Torre

18.07.2021

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