Arquidiocese de Braga -

22 setembro 2023

A escuta e o ir ao encontro do outro como ponto central do processo sinodal

Fotografia DACS

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Jornadas Nacionais de Comunicação Social decorrem em Fátima

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“O centro de todo processo sinodal é ser samaritano - Observar, escutar, descobrir o sofrimento do outro”, disse Monsenhor Lucio Ruiz, secretário do Dicastério para a Comunicação, ao abrir a primeira intervenção durante as Jornadas Nacionais de Comunicação Social, que decorrem em Fátima.

Na conferência “Geração 2023: Escutar para comunicar”, Monsenhor Ruiz lembrou que o Papa Francisco fala de uma Igreja em saída, missionária, em que cada um é a resposta «para curar a dor do irmão», no processo sinodal em que é preciso «ouvir o outro». 

O secretário usou o como base a parábola do bom samaritano e usou várias vezes o verbo “samaritanear”. “Escutar também é deter-se, dar ao outro importância, espaço é reconhecer sua dignidade, compreender”, explicou, ao sublinhar que é preciso ao mesmo tempo haver da parte de cada uma escuta ativa. 

Enumerou as coisas que pioram a escuta, como o minimizar, ironizar ou desvalorizar o outro e a sua verdade. Em oposição, disse que vive-se esse processo de escuta de maneira a alcançar o irmão, ao se “mostrar interesse, fomentar a conversação” e numa vivência empática.

Monsenhor Ruiz falou da “escuta como verdadeiro pilar da espiritualidade sinodal”, mas que isso “implica conversão, manifestar-se na comunidade”, em amizade e serviço.

Recordou ainda o Papa, ao afirmar que o Sínodo não é um acontecimento, mas um processo, numa forma de fazer comunidade. “É uma maneira nova, mas antiga, em voltar às origens”.

Um dos pontos principais da conferência foi a crença digital e o papel dos “influenciadores”. “Um “influencer” é um missionário”.

No encontro de “influencers” que aconteceu durante a JMJ, Monsenhor disse que um questionamento havia impactado a todos. “Perguntaram a alguém porque não ia à Igreja e a resposta foi: ‘porque não há ninguém que escute’. A Igreja que escuta o sofrimento se faz presente”, falou, ao mostrar um pequeno vídeo do Papa Francisco a rezar sozinho, na praça de São Pedro durante a pandemia. Para ele, é preciso integrar essa nova realidade digital e estar atentos aos meios de evangelização no cenário digital.

Geração 2023

O tema das Jornadas é “Geração 2023 – Todos ligados – E a Igreja?”. A abertura do encontro foi feita por D. Nuno Brás, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais. 

D. Nuno destacou que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que aconteceu em Lisboa, durante o mês de agosto, deixou interrogações para a Igreja no âmbito da comunicação. “No próprio lema da JMJ (‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’) temos uma proposta de comunicação”, disse D. Nuno. 

Ele detalhou o lema em “erguer”,  em estar de pé diante do mundo, “como alguém que tem algo importante a dizer”. Depois o partir, “com essa atitude de conversão constante, para deixar-nos transformar e modificar, e na atitude de ir até o próximo”.

O presidente da Comissão ressaltou ainda o “partir apressadamente”. “Há uma urgência em nós. Deus nos envia em direção a todos”. “Que a geração 2023 seja também uma dimensão nova. Cabe a nós dar-lhe forma e ver que caminhos podemos tomar”, finalizou, antes de passar a palavra a Monsenhor Ruiz.

No final da tarde houve o painel “Jovens em comunicação: experiências e futuro”, com representantes dos CODs e participantes da JMJ.

As jornadas tiveram início na tarde de ontem e decorrem até hoje, sendo encerradas com um painel de influenciadores digitais.