Arquidiocese de Braga -

8 janeiro 2024

Arcebispo de Braga desafia famílias a cultivarem a gratidão e o perdão

Fotografia DM

DM - Jorge Oliveira

D. José Cordeiro participou na Festa das Famílias na Casa de Santa Zita, em Braga

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O  Arcebispo Metropolita de Braga desafiou ontem as famílias a porem em prática três palavras que parecem ter caído em desuso nas suas conversas quotidianas: obrigado, com licença e desculpa.

D. José Cordeiro deixou este convite numa reflexão sobre o tema “Família Fonte de humanidade”, na Festa da Família promovida pelas Cooperadoras da Família, na Casa de Santa Zita, em Braga.

"O agradecer, o pedir licença e o pedir desculpa começam a rarear na gramática de muitas famílias no nosso dia a dia. São palavras tão simples de pronunciar, mas tão difíceis de por em prática", notou o prelado.

D. José Cordeiro, que apresentou o tema a partir do pensamento do Papa Francisco sobre a Família, com destaque para a exortação apostólica “Amoris Laetitia”, alertou para o risco de se perder o sentido da gratidão e do perdão e apontou a promoção dos valores da família como um dos grande desafios da Pastoral Familiar.

"Nós não nos devemos de cansar de dizer obrigado. Hoje, vemos a dor de tantos pais e avós que não esperavam mais nada, apenas um obrigado dos filhos ou dos netos", disse.

Lembrando que a família hoje está em mudança, o prelado destacou a importância de os pais prepararem os filhos para os sacrifícios e as dificuldades da vida, sob pena de continuar-se a ver um número cada vez maior de crianças e jovens a serem acompanhados pelo psicólogos ou psicoterapeutas, e exortou as famílias a viverem e a difundirem os valores cristãos, sabendo que a família é "bênção de Deus, a primeira Fonte de onde tudo recebemos, o lugar onde cresce o amor".

"Hoje, cada vez mais, a família é chamada a ser esta Igreja doméstica e a ser missionária", disse D. José.

Citando outros desafios apontados pelo Papa à Pastoral Familiar, Arcebispo de Braga afirmou ainda que são necessárias mais políticas que materializem a centralidade da família e que deve haver um maior apoio à natalidade e às famílias numerosas.

"Se na Igreja não há esta hospitalidade, proximidade, família de famílias, numa comunidade de comunidades, não é a Igreja de Jesus Cristo, aquela que se deixa guiar pelo Evangelho e de que o Evangelho é a sua estrela maior, o seu sol maior", acrescentou.

Na abertura do encontro, Manuela Caldeira, diretora da Casa de Santa Zita, agradeceu a presença do Arcebispo nesta festa com dezenas de famílias, na solenidade da Epifania do Senhor, assim como aos párocos da Sé, o cónego Manuel Joaquim Costa, e de Maximinos, o padre Miranda, e ao diácono João.

"As Cooperadora da Família peregrinam há mais de 70 anos nesta Arquidiocese, dedicando a sua vida na simplicidade, no escondimento muitas vezes, mas dedicando sempre essa vida à formação humana e espiritual de centenas de famílias nesta diocese e que estão espalhadas pelo mundo inteiro", disse a diretora.   

Na Diocese de Braga trabalham atualmente sete Cooperadoras da Família que procuram no dia dia transmitir o seu ideal: “Mãos no trabalho, coração em Deus”.

A festa contou ainda com a presença da coordenadora geral, Maria Conceição Vieira, que introduziu o tema desenvolvido pelo Arcebispo de Braga recordando o pensamento do fundador das Cooperadoras da Família, o monsenhor Joaquim Alves Brás, que dizia «defender a família é defender a humanidade, porque a família é Fonte de onde ela brota».

O programa inclui momentos de animação musical, pelo grupo Alegre Mensagem, o jogral “Brilhar com Estrelas”, um momento de poesia, culminando com um convívio.