Arquidiocese de Braga -

26 maio 2025

Bispo Auxiliar destaca ação dos bombeiros na construção de mundo mais humano

Fotografia DM

DM - Joaquim Martins Fernandes

O Bispo Auxiliar de Braga, D. Delfim Gomes, destacou ontem a importância do trabalho que é diariamente desenvolvido pelos bombeiros voluntários para «a construção de um mundo mais justo e mais humano».

«Nesta eucaristia de sufrágio por todos aqueles que colocaram a sua vida ao serviço dos outros, garantindo o serviço essencial de proteção e do socorro, evocamos o papel essencial que os bombeiros voluntários desempenham na sociedade», disse D. Delfim Gomes. 

Os dados avançados no sábado, pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses e pelo secretário de Estado da Proteção Civil, na Sessão Solene das Jornadas, revelam que, desde 1980, quase três centenas de bombeiros voluntários morreram em serviço. No ano de 2024, cinco bombeiros voluntários morreram em operações de proteção e socorro às populações e cerca de três centenas e meia tiveram ferimentos graves e/ou ligeiros, no combate aos incêndios. Este sábado, faleceu um elemento dos Bombeiros Voluntários da Lixa, momentos antes da corporação ter recebido, nas Jornadas Nacionais, a medalha de mérito pelos serviços prestados durante 2024.     

Falando na homilia da missa que ontem encerrou as Jornadas Nacionais dos Bombeiros Voluntários Portugueses, que se realizaram em Guimarães, o Bispo Auxiliar de Braga enquadrou «a missão» dos “soldados da paz” no desígnio cristão da «construção de um mundo novo, onde todas as mulheres e todos os homens, de todas as raças e nações, possam viver com dignidade».

Enquadrando a dedicação dos bombeiros ao «tempo de missão» que a Igreja Católica está a viver, D. Delfim Gomes sublinhou o espírito cristão que anima quem assume a vida como um serviço ao outro. «Jesus presente no meio de nós, desafia-nos a construir um mundo novo, onde todos os homens e todas as mulheres de todas as raças e nações possam viver com dignidade». Trata-se um desafio que, enquanto cristãos, «temos que assumir com a responsabilidade de quem é chamado a construir um mundo mais justo, de amor e de paz», enfatizou o Prelado bracarense, sinalizando que esse novo mundo deve «ser reflexo, o mais possível, do novo mundo que nos espera». É que, assim, como «Jesus lutou até à morte para construir um mundo mais justo, mais humano e mais fraterno», também cada cristão deve ser «uma nascente de ânimo, de paz e alegria»  para os outros. Esta é uma tarefe que apenas se realiza «a partir da convicção profunda de que Cristo ressuscitado está no meio de nós», certeza em que «encontramos a chave da serenidade interior para prosseguirmos o nosso caminho».

A convicção de que «não estamos sós» leva-nos a «valorizar a paz de Jesus que transportamos no nosso coração» que nos faz «sentir que cada um é a casa onde Deus habita», continuou D. Delfim Gomes, deixando claro que a descoberta de Deus no outro permite-nos «assumir, em comunidade, a Igreja como um caminhar juntos para o mesmo destino». Mas é também por isso que «a Igreja tem de ser dialogante, aberta e universal», vincou o Bispo Auxiliar de Braga, sublinhando que «a comunidade perfeita não é aquela em que não há momentos de tensão, mas aquela que sabe ultrapassar as tempestades que surgem ao longo do caminho que nos impele a lutar por um mundo mais justo, mais fraterno e mais humano». É que «a paz de Jesus produz a capacidade de vivermos juntos na diversidade», sentindo «beleza na singularidade de cada um».