Arquidiocese de Braga -

28 junho 2025

D. José Cordeiro pede ao clero um coração aberto e acolhedor

Fotografia DM

DM - José Carlos Ferreira

O Arcebispo Metropolita de Braga assinalou ontem, dia da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o Jubileu dos Presbíteros, Diáconos e Seminaristas, com a celebração da Eucaristia na capela da Senhora da Guia, na Apúlia, em Esposende, onde pediu ao clero um coração aberto e acolhedor.

Na sua homilia, D. José Cordeiro sustentou que a solenidade do Coração de Jesus e realizar este encontro jubilar neste dia, é um convite a olhar e a cuidarmos do nosso coração. «Podemos olhar para ele enquanto “motor” do corpo humano, e por isso perceber se estamos a cuidar física e psicologicamente de nós mesmos, de modo a estarmos mais capazes para exercer a nossa missão de presbíteros e diáconos, junto daqueles a quem fomos enviados», salientou.

Contudo, acrescentou o prelado, é preciso olhar para o coração como «o lugar mais profundo da

existência de cada um de nós». O Arcebispo Metropolita de Braga lembrou que cada ser humano tem a necessidade de se sentir amado. «Como bispos, padres e diáconos também sentimos essa necessidade, porque não somos diferentes dos outros seres humanos. O modo como satisfazemos essa necessidade é que é diferente. Somos chamados a uma entrega radical, onde temos de abdicar de certos modos de nos sentirmos amados, aprendendo a beber na fonte do Coração de Jesus o amor que necessitamos para a nossa sobrevivência, deixando-nos abrasar por esse amor primeiro que Ele tem por cada um de nós. É preciso continuar a trabalhar a interioridade», salientou.

Mas, segundo D. José Cordeiro, nem todos o presbíteros conseguem lidar com esta formação integrada da mesma forma, «caindo nas tentações do dinheiro, dos desregramentos, do individualismo e da vaidade, a ponto de exercerem o seu ministério de uma forma que perpassa o abuso de poder, de consciência, espiritual, podendo deslizar para outros tipos de abuso». «Outros fazem-no de uma forma em que o ser presbítero ou diácono parece ser apenas uma entre outras ocupações, e não sendo sequer a mais importante dessas ocupações», acrescentou. D. José Cordeiro disse referir estas posturas «em jeito de alerta, para despertar a consciência dos presbíteros e o seu coração, para todos fazerem à maneira de Cristo. «Ou seja, todos temos a responsabilidade de ir encontro destes irmãos, para que através das nossas palavras e gestos eles possam sentir o amor do Senhor e sejam novamente abrasados por esse amor, para que se convertam, entregando-se a Jesus Cristo e à missão evangelizadora com o coração aberto e acolhedor», realçou. O prelado desejou mesmo que no coração do clero abundem os sentimentos e atitudes do Coração de Jesus, referindo concretamente  a «misericórdia, compaixão, paciência, perdão, escuta, proximidade, hospitalidade». «Que saibamos construir um presbitério unido, fraterno, de pessoas que se amam.  A paciência é a esperança quotidiana», desejou. Realçando que, só na comunhão e na caridade fraterna é credível a evangelização, D. José Cordeiro lembrou que o «cultivo da comunhão é desafio sempre novo».

«Este é o caminho para continuarmos a eucaristizar, esperançar e sinodalizar vitalmente o caminho de Páscoa, numa participação ativa e criativa para servir e acolher a todos», disse.

No final da Eucaristia, o clero seguiu para um almoço e tarde de convívio, no Centro Escutistas de Apúlia. Estiveram presentes o Bispo Auxiliar D. Delfim Gomes, e o Bispo Auxiliar eleito, D. Nélio Pita.