Arquidiocese de Braga -

8 junho 2016

Frei Bernardo de Vasconcelos declarado venerável

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DACS

D. Jorge Ortiga considera o religioso beneditino "uma referência, particularmente para os jovens".

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O Frei Bernardo Vaz Lobo de Vasconcelos foi declarado venerável pela Sessão dos Cardeais e Bispos Membros da Congregação da Causa dos Santos, prevista na Constituição Apostólica, “Divinus perfectionis magister”, de São Joao Paulo II (promulgada em 25 de janeiro de 1983), que reconhece as suas “virtudes em grau heróico”.

A santidade do monge e poeta português “vê-se agora reconhecida não só pelo grande número de fiéis que admiram o seu testemunho de ser humano extraordinário e de cristão exemplar, mas também pelos teólogos, pelos Bispos e pelos Cardeais da Santa Sé, que estudaram os seus escritos e percurso de vida, reconhecendo a heroicidade das suas virtudes”, refere D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz.

O parecer já formalmente expresso pelos órgãos consultivos da Causa dos Santos será levado à presença do Papa Francisco na próxima semana. 

Frei Bernardo de Vasconcelos, religioso beneditino e poeta português, nasceu em Celorico de Basto, Arquidiocese de Braga.

D. Jorge Ortiga enaltece o facto de a Arquidiocese ter mais um venerável, referindo-se a Frei Bernardo de Vasconcelos como “um modelo, uma referência, particularmente para os jovens”.

  

 

A este passo segue-se a possível beatificação e canonização, sendo que falta um milagre atribuível à sua intercessão para poder ser declarado beato, bem como um outro, após a beatificação, para ser canonizado e apresentado à veneração da Igreja Universal. 

  

Percurso de vida 

Frei Bernardo de Vasconcelos nasceu a 07 de Julho de 1902, e faleceu a 04 de Julho de 1932, a três dias de completar 30 anos. Em Agosto de 1924 entrou no Mosteiro de Singeverga, iniciando no mês seguinte os estudos em ordem ao sacerdócio, em Espanha.

Partiu para a Bélgica em 1926 para estudar Teologia. Foi-lhe diagnosticada a doença de Pott, ou tuberculose vertebral, que o fez regressar ao Porto. Viveu um calvário de seis anos, enquanto prosseguiu os estudos em Teologia no Porto, uma vez que a sua grande aspiração era o sacerdócio.

Quando já estava admitido a Ordens Maiores, a doença impediu-o de atingir essa meta. Ficou então subdiaconado.

Faleceu em S. João da Foz do Douro, no dia 4 de Julho de 1932, três dias antes de completar 30 anos. Foi sepultado no cemitério da Foz sendo posteriormente trasladado para o cemitério de Molares, em Celorico de Basto. Um ano depois foi sepultado no interior da Igreja Paroquial de São Romão do Corgo, na sua terra natal.

A inquietação pela santidade, explica o Arcebispo Primaz, “levou-o a entrar na Ordem Beneditina, mostrando aos jovens que a vocação sacerdotal é o caminho a percorrer para uma vida feliz”.

“A doença grave, com as dores inerentes a estas situações, apresenta-o como testemunho de uma fé provadora, que não só não esmorece com os sofrimentos, mas se robustece para uma alegre entrega da vida ao Criador, mesmo não atingindo o que vivamente desejava: o dom do sacerdócio”, acrescenta D. Jorge Ortiga.

Frei Bernardo de Vasconcelos escreveu vários artigos e poesias, entre os quais o livro de poemas “Cântico de Amor”.  A sua obra é, essencialmente, mística e teológica, voltada para a espiritualidade.