Arquidiocese de Braga -

Querido jovem,

Aproxima-se a Jornada Mundial da Juventude e quero deixar-te uma mensagem de entusiasmo, alegria e esperança. 

Alguns partirão para o Panamá. Muitos outros participarão no Panamá in Douro. A todos vós, incluindo aqueles que por várias razões não poderão participar em nenhum destes encontros, convido-vos a celebrar com intensidade e esperança a Jornada Mundial da Juventude.

Como bem sabes, o Papa Francisco escolheu como tema para estas Jornadas o “sim” de Maria à vontade de Deus: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38).  Um sim “audaz e generoso; o sim de quem compreendeu o segredo da vocação: sair de si mesmo e pôr-se ao serviço dos outros” (Papa Francisco).

O “sim” de Maria não é fruto do acaso. É fruto da sua relação profunda com Deus. E essa relação com Deus é um verbo: escutar. Depois de escutar, “o que é preciso é dizer sim. Os milagres são com Deus e vêm logo depois. Mas nenhuma porta se abre sem um sopro de vento, sem um toque de mão, sem a força de uma palavra certa” (Luís da Silva Pereira, De Natal em Natal). Como nos assegura o Papa Francisco: “a partir deste relacionamento com Deus no silêncio do coração, descobrimos a nossa identidade e a vocação a que nos chama o Senhor; a vocação pode expressar-se em várias formas: no matrimónio, na vida consagrada, no sacerdócio… Mas todas elas são caminhos para seguir Jesus. O importante é descobrir aquilo que o Senhor espera de nós e ter a audácia de dizer «sim».”

Querido jovem,

Como Maria, coloca-te à escuta da Palavra de Deus. Faz dela o teu alimento diário. Diria mesmo que a Palavra de Deus devia ser o teu pequeno-almoço e a tua pequena ceia, antes de deitar, para alimentar os teus sonhos. 

Só alimentando-nos da Palavra é que podemos dar um “sim” audaz, corajoso e generoso. Um “sim” que transforma o mundo, “salva a esperança”, destrói os “poderes fortes” desta terra, planta sementes de esperança, vai contra corrente, transforma os muros num horizonte (cf. Papa Francisco).

Permite-me, por fim, como empenho para o futuro, propor-te três grandes linhas de força sugeridas pelo Papa Francisco

– “A esperança, um caminho feito de memória e discernimento”. Foram muitos na história da Igreja Arquidiocesana os que semearam a esperança. Acolhe o seu testemunho e faz um discernimento sério sobre tua missão, aqui e agora, perante os inúmeros problemas e desafios da Igreja e da sociedade. Vê o mundo que te rodeia. Não temas. Adere a Cristo e mostra o valor da tua fé.

– “A esperança, um caminho feito em companhia”. A viagem da vida interpretada de um modo solitário não garante bons resultados. Nas comunidades há jovens. Alguns empenhados na Igreja, outros afastados. Dá as mãos e delineia projectos em comum. Porque não participar ou iniciar um grupo de “Semeadores da Esperança”?

– “A esperança, um caminho solidário”. A experiência em grupo não fecha. Abre os olhos e suscita compromissos. Só o discurso das obras transforma o mundo. Muitos e muitas realidades humanas exige que sejas “artesão” de um futuro melhor para todos.

Querido jovem,

A Igreja precisa de jovens corajosos que não recuam perante as dificuldades. Jovens que digam “sim” à vontade de Deus”. Eu conto contigo. Tu também podes contar comigo. Juntos vamos plantar a esperança. E se não podes ir ao Panáma, então vai para o Panamá, cá dentro. A Jornada és tu! 

† Jorge Ferreira da Costa Ortiga, Arcebispo Primaz