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O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Genebra afirmou esta quinta-feira a “urgente” necessidade de uma “cooperação genuína dentro da comunidade internacional para os deslocados internos”.
“Queremos encorajar os Estados a desenhar um sistema claro de responsabilidade para os deslocados internos para garantir uma efetiva proteção, para atingir soluções duradouras e, em última instância, salvar vidas”, afirmou o arcebispo Ivan Jurkovi?.
Respeitando a soberania nacional, o responsável apontou a necessidade de combinar “segurança, respeito pela dignidade humana e direitos humanos, alertas precoce e prevenção”, em mecanismos de coordenação e “instrumentos legais e de suporte, assentes no principio de que todas as pessoas, independentemente do seu estatuto de migração, deveria poder permanecer na sua casa em paz e segurança sem a ameaça de se tornar um deslocado interno”.
“A Santa Sé deseja enfatizar que, por mais urgentes e essenciais, mecanismos e estruturas internacionais sozinhos, no entanto, só serão eficazes quando superarmos os preconceitos de uma cultura que continua a produzir desigualdades e deixa muitas pessoas para trás”, assinalou.
D. Ivan Jurkovi? declarou que, “tal como migrantes e refugiados, os deslocados internos não são um mero número de estatística: são pessoas humanas, com histórias pessoais, de sofrimentos e aspirações. Infelizmente, os deslocados internos têm-se tornado vítimas da «globalização da indiferença» que o Papa Francisco tem denunciado. Entre eles, deslocados internos com deficiência encontram, frequentemente, encargos e barreiras adicionais, para aceder a informações específicas relacionadas com o deslocamento e assistência humanitária, provocando desigualdades e riscos e proteção elevados”.
D. Ivan Jurkovi? afirmou ser importante notar as “diferentes necessidades dos deslocados internos, incluindo aqueles que têm deficiências”, de forma a terem oportunidade de “aceder a proteção e soluções duradouras e serem totalmente integrados na sociedade”.
O observador indicou ainda o papel que as organizações religiosas e as comunidades podem ter, elas que “tantas vezes estão a linha da frente dos deslocados internos, também a prover assistência psicológica e espiritual”.
P. Paulo Alexandre Terroso Silva
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