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D. Manuel Linda | 1 Fev 2013
MENSAGEM PARA O DIA MUNDIAL DO DOENTE
Mensagem do Bispo Auxiliar de Braga, D. Manuel Linda, para o Dia Mundial do Doente, que se assinala a 11 de Fevereiro
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 DIA MUNDIAL DO DOENTE

“Vai e faz tu o mesmo” (Lc 10, 37)

 

              Desde 1992 –já lá vão, portanto, 21 anos- a Igreja celebra o Dia Mundial do Doente a 11 de Fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes. E o Papa difunde sempre uma mensagem sobre o tema. Para o próximo Dia do Doente, celebrado em contexto do «Ano da Fé», Bento XVI recorda-nos a parábola do bom samaritano e toma como mote a conclusão que Jesus apresenta a quem o interpelou: “Vai e faz tu também o mesmo”.

             Esta ordem do Senhor não é uma imposição que Ele faça aos outros, mas sem se comprometer. Pelo contrário, Ele começou por dar o exemplo, pois fez da sua vida uma doação aos doentes, aleijados, sofredores e desanimados. A ponto de o Evangelista poder afirmar: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou com as nossas dores” (Mt 8, 17). De facto, Jesus reconhece e respeita o desejo humano de «bem-estar» ou «qualidade de vida». Por isso, liberta das doenças. Este exercício da cura dos corpos triturados pela dor e das almas aflitas é que o credencia como Messias. Aos discípulos de João Baptista, que queriam saber se era Ele a promessa do Pai, responde: “Ide contar o que vedes e ouvis: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa-Nova é anunciada aos pobres” (Mt 11, 4-5).

              No seguimento do seu Mestre, a Igreja –isto é, todos os cristãos- é chamada a ser «terapeuta de Deus», porque continuadora desta missão de Cristo, médico dos corpos e das almas (cf. Mc 2, 17). É chamada a actuar a caridade de Deus, exprimindo a salvação em actos concretos de ajuda a quem sofre. Se Jesus dedicou sempre especial atenção às pessoas em sofrimentos, os cristãos, obviamente, também são chamados a “fazer memória” desta compaixão do Bom Pastor que chega ao ponto de dar a vida pelas suas ovelhas (cf. Jo, 10, 11).

               Temos, pois, de nos interrogar sobre o cuidado que pomos no serviço de quem sofre. Particularmente os Párocos e as Paróquias. Absorvidos por inúmeras tarefas, os agentes e estruturas de pastoral nem sempre nos damos conta de que a evangelização não passa pela difusão de um conjunto de ideias, mas por um profundo encontro humano. A este propósito, escrevia Bento XVI na mensagem para o Dia Mundial do Doente de 2010: “Convido-vos, caros Padres, em não vos poupardes em dar-lhes assistência e conforto. O tempo dispendido junto de quem sofre revela-se fecundo de graça para todas as outras dimensões da pastoral”.

              Normalmente, confiamos este sector às capelanias hospitalares e, quando muito, a um grupinho de voluntários e Ministros Extraordinários da Comunhão que visitam os doentes. Mas não chega. É preciso um serviço de saúde organizado a nível paroquial. Se a pastoral é um agir concreto que responde à questão do «como fazer», tem de se exprimir numa específica organização. Quer isto dizer que não bastam relações interpessoais esporádicas: são necessárias estruturas que motivem e favoreçam este género de pastoral. É esta que assume o repto dos desafios à fé a partir da experiência da fragilidade, quando não a partir mesmo da revolta contra Deus. E cria as condições para que os sacramentos não sejam vistos como actos mágicos, mas sinais eficazes do encontro do doente com Deus. É neste sentido que se pode dizer, usando uma linguagem mais técnica, que, se a Igreja, no seguimento do seu Fundador, é uma «koinonia de comunhão», também a sua pastoral terá de ser uma «diakonia de compaixão».

               Em Ano da Fé, os cristãos e as comunidades são convidados a conjugar os conteúdos de uma doutrina com as exigências operativas que daí derivam. Trata-se de um momento oportuno para repensar a vida das comunidades e fazer com que os cristãos provoquem uma incidência da fé nas várias dimensões e âmbitos da vida humana. Concretamente, nos lugares onde mais se sofre: os hospitais. Aqui, através dos capelães e de voluntários devidamente formados e enquadrados, deve estar presente uma Igreja solícita, próxima das pessoas, aberta à tolerância religiosa e anunciadora de um amor humano e cristão que exprima a salvação de Cristo.

              Saúdo os doentes e os que tratam deles. Rezo por todos: pelos que perderam a saúde, para que a sua fragilidade constitua o «lugar» da manifestação da misericórdia e da compaixão de Deus que cura, eleva e dá sentido; pelos que tratam dos doentes, para que as suas obras de amor operante manifestem cada vez mais a intervenção salvífica de Deus em nosso favor.

 

Braga, 1 de Fevereiro de 2013

 

+ Manuel Linda

Bispo Auxiliar

 

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